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CNM/CUT e USW, sindicato norte-americano metal/siderúrgico, realizam intercâmbio

Representantes das entidades se reuniram nesta quarta-feira (22) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "É uma via de mão dupla, na qual todos os trabalhadores ganham", afirma dirigente da CNM/CUT

Publicado: 23 Março, 2023 - 14h59 | Última modificação: 23 Março, 2023 - 15h32

Escrito por: Redação CNM/CUT

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A CNM/CUT e o sindicato estadunidense USW (United Steelworkers), entidade que representa trabalhadores metalúrgicos, siderúrgicos e de diversas indústrias de manufatura no país da América do Norte, realizaram encontro de intercâmbio nesta quarta-feira (22) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).

O encontro reuniu dirigentes da CNM/CUT, da CUT Brasil e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, além de representantes da entidade estrangeira. Segundo o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel Vasconcelos da Silva, a troca de experiência entre os brasileiros e os norte-americanos pode gerar ações articuladas contra a precarização do trabalho e contra ataques aos direitos da classe trabalhadora nos dois países.

“Existem fábricas do setor siderúrgico brasileiro que têm atividades nos Estados Unidos e lá elas não possuem ação sindical, então uma ação articulada entre os trabalhadores daqui e de lá pode trazer melhoria de condições de trabalho para os trabalhadores do norte. É uma via de mão dupla, na qual todos os trabalhadores ganham”, afirma Maicon.

Mariana Padias, diretora de Organização Interina do USW, disse que os dois países estão em um momento político similar, na luta pela defesa da democracia e contra o fascismo e a extrema direita, e isso aproxima as duas nações. Ela agradeceu ao convite para o encontro e espera levar o aprendizado para as ações sindicais nos Estados Unidos.

“Em nosso país é mais difícil sindicalizar os trabalhadores. Precisamos ir de fábrica em fábrica para mobilizá-los e é muito mais difícil ainda fazer algo maior, setorial ou regional. Então o que podemos aprender aqui é como juntar mais trabalhadores na nossa luta”, revela Padias.

Para ela, o Brasil é um exemplo para a classe trabalhadora do resto do mundo ao manter um partido de trabalhadores com força política e eleitoral. “Particularmente para nosso país, onde não temos um partido de trabalhadores, o sucesso que o PT tem e a possibilidade de manter uma relação com a base de trabalhadores e levar isso para um nível nacional com a reeleição do presidente Lula, para mim é a coisa mais maravilhosa de aprender sobre o Brasil”, conta a dirigente.

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Ações de sindicalização

Segundo o secretário de Formação da CNM/CUT, Renato Carlos de Almeida, a Confederação e o USW fecharam atividades conjuntas para formação sobre sindicalização. Encontros foram marcados nos dias 24, 25 e 26 de março, em Recife, com esse intuito. 

“Eles (a USW) apresentaram pra gente várias dificuldades que eles possuem por causa da legislação dos Estados Unidos, que dificulta muito a ação sindical. Muitas pessoas podem imaginar que nos Estados Unidos, sendo um país rico, de primeiro mundo, não haveria dificuldades nesse sentido, mas na verdade eles possuem problemas maiores que os nossos. Esse intercâmbio serve para ajudá-los também”, disse Renato.

Solidariedade que contagia para toda classe trabalhadora

Também presente ao encontro, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, o Paulão, destacou que o momento político brasileiro e norte-americano, com a vitória de Lula e Biden, favorece esse tipo de encontro e aumenta a solidariedade de classe entre os povos. 

“A solidariedade contagia. Ela não entra apenas em um ramo de trabalho, ou dois, no caso das entidades aqui reunidas - metalurgia e siderurgia. Ela se expande a todos a classe trabalhadora, e essa é a intenção do debate que foi feito hoje”.