Com CNM/CUT, audiência debate impactos das tarifas dos EUA no aço e alumínio

O anúncio do tarifaço de 50% sobre as importações brasileiras feitas pelo presidente estadunidense Donald Trump na última quarta-feira (9) fez aumentar a importância da audiência pública “Impactos das tarifas americanas sobre o aço e o alumínio brasileiros”, convocada pela deputada federal Jack Rocha (PT-ES) para debater o cenário da indústria nacional no segmento do aço e do alumínio frente aos desafios impostos pelos Estados Unidos.

A CNM/CUT esteve presente na audiência, representada pelo presidente Loricardo de Oliveira, pelo coordenador do segmento siderúrgico, Flávio Cordeiro de Paiva, e pela secretária de políticas sociais, Kelly Galhardo.

Entre os palestrantes, também estiveram representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM), do Instituto Aço Brasil, do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos (Sindisider), e da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

Nas falas, os participantes puderam mostrar o cenário da indústria nacional do aço e do alumínio e abordar os desafios dos setores, como a taxação dos Estados Unidos e a competição pesada com o aço fabricado na China.

“Preocupa a todos nós, brasileiros e brasileiras, que um governo estrangeiro possa vir influir sobre uma sanção política aonde deliberadamente a sua medida ela não é feita com base nos índices econômicos, nas relações diplomáticas, mas simplesmente por uma decisão de cunho ideológico e político de interferência direta no mercado brasileiro, mas sobretudo para além do mercado, que abrange diversas formas de movimentação econômica à soberania do país”, afirmou a deputada Jack Rocha, na abertura da audiência ao criticar a taxação anunciada por Trump sobre os produtos brasileiros.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Proposta dos trabalhadores

Flávio Paiva, representando a CNM/CUT, apresentou um quadro da indústria do aço e do alumínio no país, mostrando o tamanho do parque fabril siderúrgico nacional, número de trabalhadores, de empresas, e o posicionamento do Brasil entre os países que fazem parte dos segmentos. Ao final da apresentação, ele trouxe propostas que os trabalhadores para a indústria do aço e do alumínio, principalmente a criação de uma mesa tripartite (governo, empresários e trabalhadores) para articular a criação de políticas públicas que favoreçam a indústria em território nacional.

“Essa indústria, do aço e do alumínio, é muito importante para o país, pois desenvolve os melhores empregos do país. Nós estamos falando de empregos com carteira assinada, não estamos falando de empregos precários. São empregos com direitos, empregos que são muito importantes para a juventude, para quem está iniciando no trabalho, e para quem está há muito tempo no trabalho. É essa indústria que nós estamos falando e defendendo. E nós, trabalhadores brasileiros, precisamos ser respeitados. Nós não somos o quintal dos Estados Unidos, muito menos o quintal da China. Nós somos aqueles que produzem a riqueza desse país”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, ao encerramento da audiência.

Assista a transmissão completa da audiência pública