Conferência ressalta importância da solidariedade internacional para democracia
O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, participou do debate e ressaltou as ações que o governo tem feito em defesa da classe trabalhadora
Publicado: 09 Maio, 2023 - 10h15 | Última modificação: 09 Maio, 2023 - 11h09
Escrito por: Redação CNM/CUT
Na tarde desta segunda-feira (8), em Guarulhos, onde acontece o 11º Congresso da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT “Reconstruir o Brasil de forma sustentável e humanizada com trabalho decente, soberania, renda e direitos”, aconteceu a primeira parte da Conferência de Política Internacional. A discussão “A democracia como base para o desenvolvimento Sustentável, com respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente” ressaltou a importância da solidariedade internacional para democracia e justiça social e ambiental.
O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel da Silva, começou sua fala destacando os tempos de guerra que o mundo vive e seus impactos nos países do sul global. Além disso, o dirigente falou que é fundamental que a classe trabalhadora coloque as suas bandeiras nas ruas porque “só na paz e na democracia é que a classe trabalhadora se desenvolve”.
A secretária de Políticas Sociais da CNM/CUT, Kelly Galhardo, coordenou o debate entre os convidados/as, o representante da Fundação Frederich Ebert Stiftung no Brasil (FES-Brasil), Christoph Heuser, o Secretário-Geral Adjunto da IndustriALL Global Union, Kemal Oskan, a Conselheira de Bens Estar Social e Sanidade da Comissiones Obreras na Espanha, Garbíne Espejo Jairo, o presidente da IG Metal Wolfsburg na Alemanha, Flávio Benites, a representante da IG Metal, Angélica Jimenez, representante do movimento sindical na Coréia do Sul, Hong, Ji-wook, e o Secretário-Tesoureiro da USW, John Shinn.
Christoph contou a história de solidariedade internacional da FES, uma entidade alemã que está junto com o movimento sindical no Brasil desde os anos de 1970, e disse que o papel da entidade é de fortalecer a justiça social e a democracia. Ele disse que neste momento que o Brasil vive, com a herança destruidora do governo de Bolsonaro, a entidade está junto com o movimento sindical e com o governo brasileiro contra todas as injustiças.
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O sindicalista da Coreia do Sul disse que o país vive com um governo cada vez mais autocrático, com inflação e desigualdade crescentes, salários desvalorizados, inseguranças no emprego, subcontratação de todos os níveis, falta de segurança, acidentes de trabalho e muitas mudanças com as transformações industrial,que tende piorar a qualidade de vida, que ameaçam os empregos e remodela uma sociedade numa estrutura que favorece o lucro e o capital ao invés dos trabalhadores.
Ele conta que a classe trabalhadora coreana está resistindo e que frente a estes desafios os trabalhadores da Coreia se levantam contra o presidente. O povo coreano vai fazer uma mobilização no dia 23 de maio em defesa dos direitos, da negociação coletiva e greve porque querem trabalhar em segurança e saúde em um trabalho justo. Além disso, no 1º de maio, os/as trabalhadores/as iniciaram um período de solidariedade para mudar a forma com o mundo do trabalho funciona e é por isso que cruzaram o mundo para estar neste debate.
Flávio destacou três pontos importantes para o movimento sindical se debruçar: a transformação energética e acordos de defesa do planeta, a saída de um modelo de consumo de energia fóssil para outro modelo na energias renováveis, a transformação industrial e os impactos nos postos de trabalho.
Segundo ele, o aspecto da transformação energética é muito difícil em países industrializados e isso atinge os trabalhadores/as. O sindicalista afirmou que este processo de transição justa só será possível se tiver um trabalho de sindicatos, que têm a responsabilidade de defender os postos de trabalho, garantir a democracia e o direito humano, em escala mundial e que vai precisar de investimentos, formação e políticas públicas.
Kermal concordou com Flávio e disse que não dá para mudar o rumo do planeta sozinhos.
O dirigente da Industriall disse que é importante mobilizar o mundo todo por um mundo melhor e mais sustentável e para isso é fundamental uma organização global de apoio à paz, democracia e direitos humanos e trabalhistas contra a autocracia, ditadura e o fascismo no mundo porque existe uma tradição da destruição da democracia pelo mundo.
Angélica ressaltou a importância dos sindicatos fortes e independentes e da colaboração internacional contra as chantagens das multinacionais espalhadas pelo mundo. Ela afirmou a importância deste intercâmbio contínuo por uma marco industrial que defina soluções políticas para garantir direitos.
John Shinn afirmou que os sindicatos têm o papel de limitar o poder das corporações e educar trabalhadores mostrando como a política neoliberal pode afetar suas vidas e de suas famílias. Além disso, o sindicalista defendeu ação em rede mundial para lutar em defesa de leis que sejam a favor dos trabalhadores e derrotar o fascismo que só aumenta no mundo.
Segundo a Garbine, há três anos o povo espanhol vive um governo progressista em que o movimento sindical tem o direito ao diálogo em defesa do bem estar social, mas ela ressalta que é preciso enfrentar a falta de soberania da indústria e a crise climática, que já é uma realidade. Ela conta que na Espanha no campo já não está podendo trabalhar, portanto é necessário uma transição ecológica com políticas que deixem o sindicalismo no protagonismo.
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Governo que pensa no/a trabalhador/a
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, fez questão de ressaltar que a vitória de Lula é uma vitória da classe trabalhadora e que só a unidade da CUT e demais centrais e a classe trabalhadora como um todo é que vão enfrentar os desafios no país.
Marinho lembrou tudo que o ministério está fazendo, como a política nacional do salário mínimo, a regulamentação de diversas convenções internacionais, a lei de salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres e o avanço dos debates, entre sindicatos e trabalhadores por aplicativos.
Ele relembrou o que passamos desde o golpe, com as reformas para aprofundar a precariedade, a precarização do mercado de trabalho criando condições de trabalho análogo a escravidão e afirmou que a missão dele é chamar o conjunto da sociedade e trabalhar pela erradicação do trabalho escravo, entre tantas outras, em conjunto com os sindicatos e fortalecimento das centrais.
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