CSN convoca assembléia extraordinária para propor aquisição da metalúrgica Prada

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai propor a seus acionistas a aquisição do controle da Companhia Metalúrgica Prada, que acumula uma dívida na casa dos R$ 180 milhões. A proposta será discutida em assembléia extraordinária marcada para o próximo dia 28.

No encontro, marcado para as 11h30, os acionistas decidirão se autorizam ou não os administradores da CSN 'a praticar todo e qualquer ato necessário' à negociação e conclusão da compra do controle da fabricante de embalagens de aço, 'incluindo a assinatura de contratos, acordos ou quaisquer outros documentos relativos à aquisição e/ou capitalização de créditos detidos contra a Prada'. A informação consta de fato relevante disponível na página eletrônica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Depois da Nestlé, a centenária Prada é a maior fabricante nacional de latas de aço. Para contornar uma crise financeira, a empresa deu início em novembro a um processo de reestruturação com vistas à venda de parte ou de todo o bloco de 97,38% das ações pertencentes ao fundo norte-americano Kiskidee Investments Limited LLC, com sede em Delaware.

Com a reestruturação, a Prada busca reduzir uma dívida de R$ 180 milhões junto a bancos e de seu principal fornecedor, a Companhia Siderúrgica Nacional. A CSN é a única fabricante no país de folhas-de-flandres, material usado na confecção da lata. As vendas mensais de folhas metálicas da CSN à Prada giram em torno de R$ 30 milhões.

Caso o acordo com a CSN seja bem-sucedido, esta será a terceira vez que a Prada, com faturamento de R$ 450 milhões, troca de mãos nos últimos quatro anos. A primeira ocorreu em 2002, quando a família Prada vendeu o controle para o empresário Jaime Schreier, ex-presidente e acionista da Armco, empresa laminadora de aço.

Assembléia Ordinária
No mesmo dia em que discutirá com seus acionistas a aquisição da Prada, a CSN conduzirá uma assembléia ordinária às 11h para deliberar sobre pagamento de dividendos no valor de R$ 936,814 milhões. Além disso, estará na pauta de discussões a proposta de destinação do lucro líquido do exercício de 2005, no montante de R$ 1,878 bilhão, e da reserva de reavaliação realizada, que soma R$ 245,525 milhões.

Na ocasião, também serão eleitos os membros do Conselho de Administração e fixada a remuneração anual global dos administradores.

Fonte: Valor