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De forma coletiva, Otis Elevadores fecha acordo de PLR para 9 plantas brasileiras

Acordo permite que trabalhadores recebam aditivo sobre o texto em atual vigência e abre possibilidade de renegociação para os anos seguintes

Publicado: 12 Abril, 2023 - 12h05 | Última modificação: 13 Abril, 2023 - 12h27

Escrito por: Redação CNM/CUT

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A Otis Elevadores fechou um acordo coletivo que garante o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) entre nove unidades da empresa espalhadas pelo Brasil. O acordo foi construído com a presença da CNM/CUT.

As nove filiais são ligadas a sindicatos de metalúrgicos de base CUTista. A princípio, será assinado um aditivo aos acordos em vigência na empresa com o compromisso das partes, de que a partir de outubro de 2023, serão iniciadas as negociações da PLR de 2024 à nível nacional nestas empresas.

O secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, destaca que esse é o primeiro acordo feito com a empresa com a Confederação sendo protagonista na negociação. "É um passo importante pois torna igual os que são iguais, já que os trabalhadores fazem o mesmo trabalho na empresa, não importa a planta". Ele avalia também que essa negociação coletiva é mais um passo rumo ao Contrato Coletivo Nacional, pauta defendida pela CNM/CUT nos últimos anos e que será reforçada no próximo congresso da entidade, em maio.

Segundo Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na Otis em São Bernardo do Campo (SP), a proposta padroniza os acordos de participação nos lucros entre as fábricas participantes. 

“Sabíamos desde o início que não seria uma tarefa fácil devido a cultura e as  peculiaridades de cada região. Com muita seriedade, transparência e responsabilidade conseguimos fazer um grande e importante debate entre Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a CNM/CUT, e os nove sindicatos CUTiistas envolvidos”, destacou o dirigente.

O diretor de base do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco, Esdras Vitorino da Silva, destaca que o acordo serve para deixar valores e metas da PLR acertados mediante a discussão com os trabalhadores. 

“Um acordo nacional deixa tudo isso unificado, valores e metas, para que não haja negociações diferentes”, afirma o sindicalista.

 

Já o tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Marcelo Jurandir Rocha da Silva, o Bobi, conta que o acordo anterior previa em algumas cidades que se os trabalhadores não alcançassem as metas de PLR, parte do valor deveria ser devolvido, já que se tratava de um adiantamento. 

Por não concordarem com esse formato, os sindicalistas se reuniram e começaram a discussão com a empresa para ajustar o que não consideravam justo no acordo anterior. 

“Agora o trabalhador, ao invés de devolver o aditivo, ele pode receber de forma proporcional se conseguir alcançar uma porcentagem das metas. A empresa aceitou o acordo e estendeu isso nacionalmente para as plantas que fossem filiadas aos sindicatos cutistas”, complementa.

O secretário de Comunicação da CNM/CUT, Heraldo da Silva Ferreira, destacou a interlocução entre os diferentes sindicatos na hora da construção do acordo.

"É importante salientar que este primeiro acordo, que construímos de forma coletiva com a Otis, serviu para corrigir algumas distorções que aconteciam nas negociações regionais, e nos deu subsídios para a negociação referente ao ano de 2024. Outro ponto muito importante é a troca de experiências entre os dirigentes de todos os sindicatos envolvidos”, disse o dirigente.

O acordo também foi elogiado pela empresa. Para o gerente de Relações Sindicais da Otis Brasil, Marcio Peixoto, o papel mediador da CNM/CUT foi importante para construção do texto.

"A reunião entre a Otis e as entidades sindicais foi um exemplo de como um novo cenário está sendo criado nas negociações sindicais, onde o diálogo e a transparência podem levar a resultados positivos para todas as partes envolvidas. Esperamos que mais empresas sigam este exemplo, promovendo um ambiente de trabalho justo e inclusivo para todos os seus funcionários", finalizou Peixoto.