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Eletroeletrônicos: Megaware fortalece linha de produção de computadores

Publicado: 01 Abril, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A fabricante de computadores Megaware está no mercado há 11 anos, mas até o fim de 2004 era praticamente desconhecida do público, o que não incomodava nem um pouco a direção da empresa. O motivo? A companhia foi criada para produzir equipamentos usados em escritórios sob encomenda para outros fornecedores, um tipo de negócio em que não interessa aparecer aos olhos do consumidor. Ao contrário, quanto mais discrição, melhor.

Mas, agora, a Megaware está investindo R$ 10 milhões em uma fábrica - a segunda da companhia - para reforçar uma mudança de rota iniciada há três anos: vender computadores no varejo para o usuário final, um mercado em que marca é cada vez mais importante. O faturamento da empresa não é revelado, mas 80% do negócio já está concentrado nas máquinas para o varejo.

Localizada em Belo Horizonte, onde ocupa uma área de 7,5 mil metros quadrados, a nova unidade funciona em fase de teste desde novembro, mas ingressa, agora, em um ritmo de produção mais forte. A previsão é de produzir 300 mil micros de mesa e 40 mil notebooks até o fim do ano, o dobro da produção de 2007, de 170 mil unidades.

Uma das novidades dessa nova fase é o reforço às duas linhas de produção de placas-mãe e memórias, componentes importantes na produção dos PCs. A capacidade instalada, que era de 20 mil placas por mês, vai mais que dobrar, para cerca de 50 mil. Incluindo computadores e componentes, a fábrica ingressa na nova etapa com pouco menos de 50% da capacidade de produção em funcionamento.

O volume parece pequeno, mas está adequado à estratégia da companhia, diz Germano Couy, diretor geral da Megaware. Em vez de concentrar-se nos PCs populares - que saem por volta de R$ 1 mil e estão na base da explosão de vendas dos computadores no Brasil - a empresa pretende consolidar-se nos segmentos de PCs intermediários e avançados, que custam a partir de R$ 1,4 mil.

"Para entrar no mercado de máquinas mais baratas, você precisa de um grande volume, o que requer preparar-se em relação ao número de funcionários, entre outros custos", diz o executivo. Nos segmentos mais sofisticados, o número de máquinas vendidas é menor, mas a margem de lucro é mais elevada. "Hoje, 70% da nossa receita vem de produtos intermediários e mais altos e os 30% restantes, da linha popular", afirma Couy.

É essa dedicação a um público com poder aquisitivo maior, mas bem mais exigente, que tem requerido da Megaware a construção de uma marca apoiada em produtos que fujam ao lugar comum. A companhia, diz Couy, foi pioneira na oferta de produtos com os chips Core 2 Duo e Core 2 Quad, da Intel, além do sistema Windows Vista, da Microsoft.

Para meados do ano, a previsão é de lançar máquinas com o processador "Montevina", nome-código do novo chip da Intel, cuja proposta é apresentar baixo consumo de energia. Em 90 dias, a Megaware também colocar na rua a segunda fase de seu projeto XCube, cuja versão inicial já está no varejo. O computador em forma de cubo vem acompanhado de teclado e controle remoto e permite uma interligação com o aparelho de TV, para ver filmes, exibir fotos etc.

A empresa também planeja acelerar a produção de notebooks. O plano é que a linha de portáteis, que representa entre 10% e 15% da receita, aumente sua participação para 30% até 2009.

Com a nova fábrica, a unidade da Megaware em Ilhéus (BA), a primeira da empresa, passa a ocupar novas funções. Por enquanto, as instalações serão usadas para a produção dos gabinetes dos computadores. A partir de agosto, o plano é que as linhas voltem a produzir equipamentos, mas que serão destinados exclusivamente ao mercados do Nordeste do país.

A decisão de construir a fábrica em Belo Horizonte - onde ficarão 280 dos 400 funcionários da companhia - obedeceu principalmente a critérios de transporte, diz Couy. "Há estradas para o Rio e São Paulo e a malha viária é superior à da Bahia", afirma o executivo. "Além disso, temos acesso mais rápido a um aeroporto internacional. Em Ilhéus, o mais próximo, em Salvador, ficava a quase 500 km."

O mercado externo também está nos planos da Megaware. A companhia iniciou estudos de exportação para a Argentina e tem avaliado oportunidades na Venezuela e na Colômbia. Nesses lugares, o mercado de PCs está crescendo e não há muitos fabricantes, justifica o executivo.

Fonte: Valor