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Gerdau já tem 56% da capacidade instalada no exterior

Publicado: 26 Maio, 2006 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

O presidente da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, costuma dizer que o grupo acompanha o processo de consolidação da siderurgia mundial como 'consolidador', sempre atento a oportunidades de aquisição que não apenas garantam ocupação de mercado, mas, principalmente, retorno aos investimentos. A idéia é não ser engolido pela onda. E agora, depois de duas décadas e meia de expansão pelas Américas e de dar o primeiro passo no continente europeu no início de 2006, o grupo está olhando oportunidades de aquisições na China, na Rússia e na Índia para 'continuar crescendo', mesmo que numa velocidade menor que a verificada até hoje, acrescenta o vice-presidente de projetos estratégicos, Ruy Lopes Filho.

A transformação da Gerdau em multinacional brasileira começou em 1980, com a compra da siderúrgica Laisa, no Uruguai, e se acelerou a partir de 1999, depois de já ter passado pela incorporação de usinas no Canadá, Chile e Argentina. Em setembro daquele ano, o grupo comprou as operações da Ameristeel, nos EUA, e elevou sua capacidade de produção de 5,9 milhões para 7,7 milhões de toneladas de aço bruto por ano.

Hoje, a Gerdau pode produzir 19,5 milhões de toneladas por ano e 56% desta capacidade já está localizada no exterior. No total são 30 usinas próprias, sendo onze no Brasil, onze nos EUA, três no Canadá, duas na Colômbia (Diaco e Sidelpa, adquiridas em 2004), uma na Argentina, uma no Chile e uma no Uruguai, além de participações acionárias na laminadora de aços longos Gallatin Steel - em parceria com a canadense Dofasco - nos EUA e na Corporación Sidenor, da Espanha. Dos 25,2 mil funcionários do grupo, 16,4 mil estão no Brasil, 6,5 mil na América do Norte e os demais nos outros países da América do Sul.

Concluída em janeiro, depois de 25 anos de um processo de expansão focado exclusivamente no continente americano, a compra de 40% da Sidenor (o restante foi adquirido pelo banco Santander e por um grupo de executivos da empresa local) custou 185,3 milhões de euros. A operação abriu a possibilidade para investidas ainda mais distantes, inclusive na China, segundo executivos do grupo.

A mais recente aquisição internacional, porém, foi novamente nos EUA. Em abril, o grupo anunciou que a controlada Gerdau Ameristeel comprou a mini-usina Sheffield Steel, no Estado de Oklahoma, por US$ 170 milhões. O negócio representou a superação da marca de US$ 1,5 bilhão em investimentos na América do Norte.

Desde 1999, com o início das operações nos EUA, a produção efetiva de aço bruto do grupo deu um salto de 5,1 milhões para 13,68 milhões de toneladas em 2005. Neste período, o avanço foi muito maior no exterior, onde os volumes cresceram de apenas 1,2 milhão para 6,79 milhões de toneladas (das quais 6,25 milhões na América do Norte), praticamente empatando com as unidades brasileiras, que passaram de 3,9 milhões para 6,89 milhões de toneladas. Agora, com a incorporação da Sheffield e da Sidenor, a balança deverá pender para o lado das usinas fora do país em 2006.

As controladas no exterior já superaram as operações brasileiras em receita líquida no ano passado, com R$ 11,24 bilhões contra R$ 9,99 bilhões. Os investimentos, porém, ainda são maiores no Brasil, de US$ 568,8 milhões em 2005, ante US$ 289,2 milhões fora. Nas projeções para 2006-08, quando o grupo planeja aplicar US$ 2,5 bilhões no Brasil e US$ 1,3 bilhão no exterior.

Fonte: Valor