Lula garante que país vai retomar a produção da indústria naval
CNM/CUT esteve presente no encontro do presidente da República com membros da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval, realizado na quarta-feira (20), em Brasília
Publicado: 22 Março, 2024 - 12h03 | Última modificação: 22 Março, 2024 - 12h07
Escrito por: Redação CNM/CUT*

O presidente Lula garantiu que o Brasil vai retomar a produção da indústria naval e que os ministérios de seu governo estão discutindo alternativas para que o setor volte a produzir intensamente, como já realizou em governos passados. O compromisso foi feito durante encontro da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval com o presidente da República na quarta-feira (20), em Brasília.
A CNM/CUT esteve presente na ocasião, junto a outros representantes dos trabalhadores como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONTTMAF). Entidades patronais foram representadas pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e pela Transpetro.
“O presidente Lula deu o sinal verde para a retomada do setor, para intensificar isso junto a Petrobras, que é a principal compradora. Ele incumbiu também o Ministério da Casa Civil de fazer as conversas com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para acelerar os debates dentro dos grupos temáticos que já ocorrem há alguns meses”, contou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, que representou a entidade no encontro.
Importância do setor
Segundo dados da FUP, o setor naval chegou a crescer, em média, 19,5% ao ano entre 2003 e 2013, período dos dois primeiros governos Lula e início do primeiro governo Dilma.
As políticas públicas deste período garantiram ao Brasil, através dos seus estaleiros, a construção de 19 plataformas de produção offshore total ou parcialmente construídas em território nacional. O impacto dessas políticas promoveu um salto de 1.900 para 82.000 empregos diretos, mais de 180.000 indiretos, com mais de R$ 16 bilhões pagos em salários, além de outros benefícios.
“Vamos retomar a produção da indústria naval no país como um projeto de Estado, não apenas de governo. Colocamos isso para o Lula. Existe um consenso entre todos os presentes na reunião - governo, trabalhadores e empresários - que é preciso trabalhar diversas questões para isso como, por exemplo, a Lei BR do Mar, que impõe dificuldades no processo”, afirmou Loricardo.
A Lei 14.301/2022, conhecida como BR do Mar, foi sancionada no final do governo Bolsonaro, e abriu a navegação de cabotagem no país a embarcações estrangeiras sem limitações, o que prejudicou a cadeia produtiva da indústria naval brasileira.
Desde o início do ano passado, a CNM/CUT participa dos debates para a retomada da produção no setor. Na última sexta-feira (15), a entidade esteve presente junto a petroleiros e marítimos em um protesto na frente da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (RJ), cobrando a recuperação do setor e exigindo o fim dos afretamentos ilimitados de navios estrangeiros que a estatal petrolífera vem realizando. Nesta semana, a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval visitará estaleiros em Manaus (AM), para conhecer a realidade local, e estão programadas outras visitas a estaleiros no restante do país.
*Com informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), e do instagram dos deputados federais Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB - RJ)