Metalúrgicas da CUT participam de atos contra o feminicídio e a violência de gênero
Atos em ao menos 20 estados reuniu milhares de mulheres, homens e crianças contra a onda crescente de mortes de mulheres registradas em todo o país
Publicado: 09 Dezembro, 2025 - 12h36 | Última modificação: 09 Dezembro, 2025 - 12h41
Escrito por: Redação CNM/CUT
As metalúrgicas da CUT estiveram presentes em São Paulo neste domingo (7), no protesto que reuniu quase 10 mil pessoas no Vão do MASP, contra a onda crescente de feminicídios registrados em várias cidades brasileiras.
Com o lema “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas”, uma série de manifestações reuniu mulheres, homens e crianças em ao menos 20 estados, de acordo com o movimento Levante Mulheres Vivas.
A secretária de Mulheres da CNM/CUT, Maria de Jesus Marques de Almeida, lembrou da campanha nacional coordenada pelo Ministério das Mulheres, chamada “21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência e do Racismo Contra as Mulheres”, que é realizada desde o dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e vai até o dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos), com participação efetiva do movimento sindical, entre eles a CUT Nacional.
“Nós mulheres viemos aqui dizer não! Nós queremos todas as mulheres vivas, queremos que as mulheres tenham respeito”, afirmou Maria de Jesus, que esteve no ato da capital paulista.
Violência alarmante
Segundo uma pesquisa do Mapa Nacional da Violência de Gênero, 3,7 milhões de mulheres brasileiras viveram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses. Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídios. Uma média de quatro mulheres foram assassinadas por dia em 2024. Em 2025, o Brasil já registrou mais de 1.180 feminicídios.
As agressões decorrentes de violência doméstica tiveram aumento de 9,8%, e totalizaram 258.941 casos. Houve alta também nas tentativas de feminicídio (7,2%, chegando a 2.797 vítimas) e nas tentativas de homicídio contra mulheres (8.372 casos no total, alta de 9,2%), além de registros de ameaças (16,5%), perseguição/stalking (34,5%), violência psicológica (33,8%) e estupro (6,5%).
Para a secretária de Políticas Sociais da CNM/CUT, Kelly Galhardo, a violência contra a mulher é uma violação grave dos direitos humanos e é uma questão que afeta a sociedade como um todo. Ela conclamou à todas e todos a participarem da campanha dos 21 Dias de Ativismo.
“É importante lembrar que as mulheres têm o direito de viver sem medo de violência e discriminação, conforme estabelecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Não é tolerável que as mulheres sejam submetidas a qualquer forma de violência. Juntos, todos e todas podemos criar uma sociedade mais justa e igualitária, onde as mulheres possam viver com dignidade e respeito”, disse Kelly.
CNM/CUT articula lei contra violência de gênero
A pauta da defesa dos direitos das mulheres em situação de violência faz parte da luta da CNM/CUT. Em março, a entidade começou a articular em várias cidades brasileiras a aprovação de um projeto de lei que garanta uma fiscalização mais rigorosa do mecanismo que reserva 10% das vagas do Sistema Nacional de Emprego (SINE) à mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
