Metalúrgicos de São Leopoldo e região aprovam Convenção Coletiva com aumento real

Com o auditório do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) lotado, a categoria aprovou o reajuste salarial de 6,32%, encerrando a campanha salarial 2025/2026. A decisão foi por unanimidade e ocorreu durante assembleia realizada no auditório da sede da entidade, na noite desta quinta-feira (14).

Este índice garantiu um aumento real de 1,14%, em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período, que foi de 5,18%. Reajustado, o piso dos metalúrgicos da região vai de R$ 1.887,60 para R$ 2.043,80, o que representa R$ 9,29 por hora. O limitador salarial tambem é corrigido pelo índice de 6,32%.

“Essa proposta é fruto das nossas mobilizações, da nossa luta. Do apoio de vocês que pegaram junto com a gente, nas portas de fábricas. Nossa categoria está de parabéns”, iniciou o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi.

Ele enfatizou que as reuniões de negociação foram marcadas por ameaças de retirada de direitos, como o quinquênio e horas extras, por parte da patronal, que também alegava os impactos do tarifaço do presidente do Estados Unidos, Donald Trump. Por conta disso, Valmir enfatizou que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem valor de legislação. “Caso alguma empresa não siga a Convenção, o Sindicato tomará as medidas cabíveis”, afirmou o dirigente.

Outro destaque do presidente foi em relação ao Vale Alimentação (VA), uma grande bandeira durante a campanha salarial que não avançou na mesa de negociação. “Isso não impede de seguirmos lutando. Tivemos muita resistência quanto ao VA na mesa de negociação. Alegaram que as empresas podem quebrar se derem, mas sabemos que tem muitas tem condições. Portanto se os trabalhadores pegarem junto com Sindicato, vamos lutar pelo VA por empresa”, prometeu.

Além do Vale, outros pontos que não avançaram na mesa, podem ser discutidos por empresa se os trabalhadores apoiarem o STIMMMESL.

O tesoureiro do Sindicato, Genilso Vargas da Rosa, também falou da importância do apoio dos trabalhadores. “Tudo que os patrões não querem é que vocês nos escutem e parem nas portas de fábricas. E este ano, os trabalhadores estiveram do lado do Sindicato, essa conquista é fruto de toda essa mobilização”, disse.

O diretor da entidade, Roni Rodrigues que acompanhou as negociações destacou a dificuldade perante a tentativa patronal de retirar direitos. “Vocês estão de parabéns, nos apoiaram desde o começo da campanha e essa atitude fez toda a diferença para nos apresentarem uma proposta digna.”

O secretário-geral do STIMMMESL, Valdemir Ferreira Pereira lembrou que nos últimos 5 anos, a patronal também apresenta uma pauta. “Isso é um desrespeito, pois é só retirada de direitos. Precisamos estar atentos, negociar a nossa pauta e não a deles, porque eles estão fechados e organizados em nos atacar. E este ano, deu muito orgulho, pois vocês entenderam a gravidade da situação e com isso, eles recuaram”, finalizou.

Acompanhando a assembleia, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita e secretário de Formação da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS), Paulo Chitolina, falou sobre a possibilidade de uma CCT Emergencial. “Ano passado, tivemos a sensibilidade de entender que a maioria das nossas fábricas estavam debaixo da água. Este ano, o cenário é bem diferente, não fazia sentido uma Convenção Extraordinária”, disse o dirigente que também explicou as diferentes datas-base dos metalúrgicos da CUT-RS.

O pagamento do reajuste tem que ser reatroativo à data base da categoria, que é 1º de julho. Além da conquista econômica, os trabalhadores mantiveram as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A assessoria jurídica da entidade acompanhou a assembleia, onde foi aprovado pelos presentes o desconto assistencial.