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Metalúrgicos do ABC cobra governo federal sobre crise global dos semicondutores

Em Brasília, Metalúrgicos do ABC pediram ao presidente em exercício, Geraldo Alckmin, medidas urgentes para manter fornecimento de chips e evitar impacto sobre 130 mil empregos diretos

Publicado: 03 Novembro, 2025 - 12h54 | Última modificação: 03 Novembro, 2025 - 12h58

Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Júlio César Silva/MDIC
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Os Metalúrgicos do ABC participaram, na última terça-feira, 28, de reunião com o presidente em exercício e ministro do MDIC (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, em Brasília, para tratar da crise internacional dos semicondutores, insumo essencial à produção automotiva. O encontro marcou o início das tratativas diplomáticas entre Brasil e China em busca de uma solução que evite a paralisação das montadoras e a perda de empregos no país.

Preocupado com o avanço da crise, o Sindicato buscou diálogo direto com o governo federal para garantir a continuidade da produção nacional. Também participaram representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e de empresas do setor, reforçando o caráter estratégico da reunião para a defesa da indústria brasileira.

Para o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, o encontro foi um passo importante na proteção dos empregos e na manutenção da produção nacional. “Esse tema é preocupante porque a China, principal exportadora desses componentes para o Brasil, interrompeu as exportações não apenas para o nosso país, mas para o mundo inteiro, em razão de um impasse com a Holanda e a Europa. Essa paralisação impacta diretamente a produção brasileira e pode afetar as montadoras instaladas aqui”, explicou.

“Saímos otimistas desta conversa. O presidente em exercício e ministro do MDIC já iniciou contatos com o governo chinês e acreditamos que o problema deve ser resolvido em breve”. A presença do Sindicato reforçou a pauta trabalhista e o compromisso da entidade com a defesa da indústria nacional e dos empregos dos metalúrgicos. Para Moisés, o momento exige ação coordenada entre governo, setor produtivo e trabalhadores. “Não é apenas uma questão empresarial, mas de soberania industrial e de preservação do trabalho no Brasil”, destacou.

Entenda a crise

A crise tem origem geopolítica. Ela começou após a intervenção do governo holandês em uma empresa chinesa que opera na Holanda e detém cerca de 40% do mercado mundial de chips usados em veículos flex. Em resposta, a China suspendeu as exportações desses semicondutores, afetando a cadeia global e ameaçando a indústria automotiva de diversos países, inclusive o Brasil.

Atendendo às demandas apresentadas, Alckmin entrou em contato com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, solicitando a manutenção do fornecimento de semicondutores. O diplomata se comprometeu a encaminhar o pedido ao governo chinês. O ministro também dialogou com o embaixador brasileiro em Pequim, Marcos Bezerra Abbott Galvão, e colocou a Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação) à disposição para intermediar uma solução.

Segundo estimativas das montadoras, as reservas atuais de insumos garantem apenas duas semanas de produção. O setor automotivo representa cerca de 20% da indústria de transformação nacional e uma interrupção pode atingir diretamente 130 mil empregos diretos”.