MMX Mineração e Metálicos compra mina por US$ 193 mi
Unidade tem reservas previstas de 241 milhões de toneladas
Publicado: 02 Julho, 2008 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Um ano depois de adquirir o controle total da AVG, que tem como principal ativo as minas de Serra Azul, em Minas Gerais, a MMX Mineração e Metálicos, do grupo EBX, do empresário Eike Batista, anunciou ontem a compra, por US$ 193,3 milhões, da Mina de Bom Sucesso, de propriedade da LGA Mineração e Siderurgia. Estendendo-se por uma área de 7,5 milhões de metros quadrados, a mina é vizinha ao complexo de Serra Azul, que custou ao grupo de Eike US$ 224 milhões em julho do ano passado.
O modelo de aquisição é o mesmo: pagamento parcelado e previsão de um adicional, caso o volume de minério supere o teto previsto nas sondagens, o que, no caso de Bom Sucesso é de 241,6 milhões de toneladas. O pagamento da última das quatro parcelas está previsto para outubro de 2010.
Bom Sucesso tem início de operação estimado para 2012, com produção potencial de até 10 milhões de toneladas anuais de minério de ferro de alta qualidade, a ser destinado ao mercado de exportação. "A MMX pretende escoar a produção proveniente da Mina de Bom Sucesso por ferrovia até o Porto LLX Sudeste, no Rio de Janeiro", diz o comunicado da companhia. A LLX é a subsidiária de logística do grupo EBX.
Os resultados das sondagens, no programa de pesquisa geológica, estarão concluídos em 18 meses. Paralelamente, serão feitos estudos de engenharia para determinar o montante de investimento para o desenvolvimento da mina, localizada a 200 quilômetros de Belo Horizonte e a 250 quilômetros do porto da LLX. A mina fica também a 40 quilômetros de distância da ferrovia operada pela MRS Logística.
Anglo
A MMX, braço de mineração do grupo EBX, teve parte de seus ativos vendidos para a gigante multinacional Anglo American em janeiro deste ano. A Anglo já era sócia de Eike Batista, com 49% da MMX Minas-Rio, um dos principais projetos de mineração e logística da companhia brasileira.
A Anglo comprou, por US$ 5,5 bilhões, o controle de dois projetos da MMX e ficou com uma participação de 63,5% numa nova companhia, a IronX, que assumiu 51% da MMX no projeto de minério de ferro Minas-Rio e os 70% no sistema Amapá. Eike Batista se manteve como presidente da IronX. A Anglo anunciou, na ocasião do fechamento do acordo, que pretendia investir US$ 12 bilhões no desenvolvimento das minas.
A MMX estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em meados de 2006, com valor de mercado de cerca de R$ 1,4 bilhão. Ao final do primeiro semestre do ano passado, seu valor já estava próximo dos R$ 8 bilhões. A empresa chegou ao mercado em um momento extremamente favorável para o setor. Este ano, a Rio Tinto, por exemplo, conseguiu com seus clientes asiáticos reajustes de quase 100% para o preço do minério de ferro que vende. A Vale havia fechado anteriormente reajustes de até 71% com os clientes asiáticos.
Fonte: O Estado de S. Paulo