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Motos: Fym é mais uma montadora chinesa no Brasil

Publicado: 01 Fevereiro, 2007 - 08h00

Escrito por: CNM CUT

Há pouco mais de um ano a importadora Nova Trade, sediada em Campinas, SP, pensou em trazer motos chinesas para o mercado brasileiro. A partir daí buscou um fabricante parceiro na China e começou a preparar o início das vendas. Os testes com as primeiras setenta unidades da marca Fym, trazidas no ano passado, foram feitos com a ajuda de motoqueiros - que no linguajar deles foram 'queimar as motos no asfalto'.

Os resultados positivos dos testes confirmaram a intenção da importadora em trazer definitivamente as Fym para cá, levando aos primeiros passos na estratégia de vendas, pós-venda, financiamento e até a possibilidade de uma fábrica da marca no Brasil. 'Como primeiro objetivo, queremos vender 15 mil motos em 2007, mas há possibilidade de crescer', avalia Joacyr Drummond, presidente da Nova Trade.

Com início de vendas marcado para o fim de fevereiro, a chegada das Fym deve agitar ainda mais o segmento de duas rodas no País, que se vislumbra cada vez mais competitivo desde que novas marcas asiáticas descobriram o promissor mercado brasileiro. A briga promete ser boa, já que os modelos trazidos da China estão na faixa de 100 cc a 250 cc, com preços que variam de R$ 4 mil a R$ 9,3 mil. No segmento das 125 cc, que concentra o maior volume de vendas, a Fym sairá por R$ 4,8 mil - valor muito próximo dos R$ 4,9 mil da Honda Bis 125, a mais vendida no Brasil.

Os US$ 3,5 milhões investidos até agora no projeto de trazer as Fym para cá garantiram treinamento de mecânicos e vendedores, estoque de peças para reposição, além da nomeação de vinte concessionárias, que segundo Drummond até julho de 2008 somarão 180.

Sem rodeios, Drummond confirmou a possibilidade de instalar uma fábrica da Fym no Brasil: 'Esse será o próximo passo, mas estamos estudando o melhor local, pois damos preferência à proximidade do centro consumidor'. O Pólo Industrial de Manaus não está descartado dos planos da Nova Trade para a nova unidade industrial, mas é mais provável que a região escolhida seja em São Paulo ou no sul de Minas Gerais.

Grande ABC pode ganhar montadora de motos

O Grande ABC pode ganhar mais uma grande fábrica de veículos até o final do próximo ano. Trata-se de uma autorizada da fabricante chinesa de motos Fym.

Tudo isso vai acontecer graças a uma parceria da marca com a concessionária Motolab, de São Bernardo. A revendedora está comercializando alguns modelos dos chineses desde o final do ano passado. 'Eles confiaram na nossa reputação e fecharam um contrato de distribuição por dez anos', explica o gerente-geral da Motolab, Wagner Dias. 'O acordo inclui uma carta de intenção para a construção dessa montadora no Brasil', acrescenta.

Segundo Dias, a Fym está entre as principais fabricantes de motocicletas do mundo e emprega aproximadamente 2 mil funcionários diretamente.

Revenda - São sete modelos de motocicletas já disponíveis no país. 'Temos quatro na faixa dos 125cc, uma de 100cc, uma de 150cc e outra de 250cc', diz. O modelo de entrada será a Street, com preço estipulado em R$ 3,9 mil. 'Todos eles são completos. Com sistemas de freios inteligentes, rodas de liga-leve etc', informa.

Para Dias, o principal diferencial da marca chinesa é o seu ótimo custo-benefício. 'O exemplar mais caro é o de 250cc, que custa R$ 9,3 mil', diz. Uma moto similar da concorrente gira em torno dos R$ 13 mil. Em relação ao temor frente a produtos chineses, Dias garante: 'a qualidade da Fym é excelente.'

Investimento - O investimento inicial da Motolab foi pesado. Para trazer oficialmente as motos pela primeira vez ao Brasil, a empresa desembolsou cerca de US$ 2 milhões. 'Por enquanto, não posso revelar quais são as revendas para onde iremos distribuir os produtos, mas garanto que são de grande porte', diz. O retorno desse investimento está previsto para dois anos. 'Ainda não temos uma margem de lucro definida, mas a meta é vender em torno de 2 mil unidades por mês ainda em abril deste ano', diz.

Montadora - O contrato prevê a montagem dos sete modelos que já estão sendo comercializados pela Motolab no país, todos em regime CKD (desmontados). Ou seja, a Fym enviará kits contendo as peças necessárias para serem montadas em território nacional. O objetivo: produzir 30 mil unidades por ano.

Segundo Dias, seu maior desejo é implantar a fábrica no Grande ABC até os meados de 2008, mas existem alguns entraves. Para ele, a Zona Franca de Manaus dispõe de benefícios que animam qualquer empresa em sua situação, mas a região também apresenta pontos fortes. 'O Amazonas dispõe de diversos tipos de isenção, mas eu acabaria gastando mais com a distribuição', afirma. 'O projeto está em andamento e vou fazer de tudo para que a fábrica seja na região', afirma.

Fonte: Autodata e Diário do Grande ABC