Mudança: Electro Aço Altona confirma saída de Blumenau-SC

Barra Velha, SC, será a nova localização da Electro Aço Altona, fundição que há 85 anos funciona em Blumenau. Investimento superior a R$ 100 milhões será aplicado em duas unidades, totalizando 80 mil m² de área construída, o que permitirá dobrar sua atual capacidade, de 1,4 mil toneladas/mês de fundidos de aço para 3 mil.

O início das obras foi protelado em função da crise, mas a expectativa é a de que as obras civis comecem no ano que vem. No momento são realizados trabalhos de perfuração e sondagem na área, que tem de 1,8 milhão de m².

De acordo com o diretor superintendente Cacídio Girardi a decisão por Barra Velha foi tomada pela melhor condição de compra da área e pela proximidade com os portos de São Francisco, Itajaí e Navegantes, com os aeroportos de Joinville e Navegantes e pelo acesso imediato à BR-101 duplicada: "Não havia mais como crescer em Blumenau".

Os atuais 830 trabalhadores serão mantidos desde que tenham interesse. A empresa colocará transporte diário à disposição para cobrir os 76 quilômetros que separam as duas cidades.

A transferência concluirá etapa iniciada em 1990, quando a empresa passou a procurar áreas em Blumenau. Sem êxito partiu para alternativas nas cidades próximas, como Ilhota, Gaspar e Barra Velha. Em 2002 a companhia deu aval para a avaliação de possíveis terrenos e compra imediata da nova área no parque industrial. Em 2008 foi comprado o terreno localizado ao lado da BR-101. A transferência total das instalações será concluída em 2020.

Desempenho

A Altona encerrou o balanço financeiro do ano passado com receita bruta de R$ 240,4 milhões, alta de 20,5%, resultado atribuído à incorporação de novos clientes e mercados. Neste total as vendas externas, que avançaram 21,5%, participaram com 35,2%.

Durante o ano a empresa investiu R$ 24 milhões, especialmente em máquinas, proteção ambiental e sistema de gestão.

Na avaliação de Cacídio Girardi a receita deste ano deverá ficar até 20% abaixo do consolidado em 2008. Ele afirma que a empresa começou a sentir os efeitos da crise neste primeiro trimestre: a utilização da capacidade instalada, no momento, é de 60%, ante o uso pleno durante todo 2008: "Acreditamos em recuperação somente a partir do quarto trimestre. Talvez alguma coisa no terceiro".

Mesmo que o momento exija prudência a empresa mantém sua política de investimentos para 2009, priorizando a busca de novos mercados e clientes e o desenvolvimento de produtos de alta complexidade. Dentre as prioridades está elevar o valor agregado dos produtos por meio de ligas e peças especiais e aumentar a participação dos itens sob encomenda.

Fonte: Autodata