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Mundo vive a economia do pedágio, avalia Ladislau Dowbor

Professor participou de painel sobre a conjuntura durante a reunião da direção plena da CNM/CUT, ao lado do petista Paulo Frateschi. Dowbor analisou mudanças na economia e Frateschi, os desafios para 2014.

Publicado: 17 Dezembro, 2013 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: CNM/CUT
A partir da esq.: Ladislau Dowbor, João Cayres e Paulo Frateschi no painel sobre conjunturaA partir da esq.: Ladislau Dowbor, João Cayres e Paulo Frateschi no painel sobre conjuntura
A partir da esq.: Ladislau Dowbor, João Cayres e Paulo Frateschi no painel sobre conjuntura

O mundo está vivendo hoje a chamada “economia do pedágio”, pela qual quem ganha mais é o intermediário de produtos e serviços. A avaliação é do professor-doutor em Ciências Econômicas Ladislau Dowbor e foi feita nesta segunda-feira (16), em painel sobre a conjuntura na reunião da direção plena da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

Ao lado de Dowbor, esteve no mesmo painel o secretário nacional de comunicação do Partido dos Trabalhadores, Paulo Frateschi. Na opinião dele, o principal desafio a ser enfrentado no Brasil é encontrar saídas para a juventude brasileira, especialmente no campo da educação.
A reunião da Confederação, que foi encerrada no início da tarde de hoje (17), fez um balanço das atividades realizadas em 2013 e debateu as ações da entidade para o próximo período, inclusive no âmbito do Macrossetor da Indústria da CUT. Para isso, também recebeu representantes das outras quatro confederações cutistas de trabalhadores do ramo industrial (químicos, têxteis, alimentação e construção civil).

Além disso, os dirigentes metalúrgicos aprovaram diretrizes propondo a criação do programa Inovar-Máquinas, voltado para o setor de bens de capital e fizeram uma avaliação dos segmentos que compõem o ramo metalúrgico, a partir de indicadores apresentados pela Subseção do Dieese da CNM/CUT e FEM-CUT/SP (veja aqui).

Intermediação
Ao justificar o termo “economia do pedágio”, Ladislau Dowbor exemplificou: um fabricante de fogão vende o produto para uma rede de lojas por R$ 100,00. Esta, por sua vez, coloca o fogão à venda por R$ 250,00 à vista e a prazo, por 12 parcelas de R$ 40,00 (R$ 480,00). “Quem ganha e quem perde nesse sistema? Certamente, quem mais perde é o consumidor, depois o fabricante. Quem ganha é só o intermediário”, destacou o professor.

Para Dowbor, o lucro está se deslocando na cadeia produtiva e se concentrando nas mãos de intermediários, sem falar nas atividades das instituições financeiras. “O banco paga 6% ao ano na conta poupança de seus clientes, mas usa esse dinheiro para ganhar 24% ao ano na especulação financeira”, disse.

O professor enumerou ainda uma série de indicadores que mostram que a cada vez mais aumenta a desigualdade entre ricos e pobres e que fortunas estão sendo geradas apenas com a intermediação financeira. “Três quartos da riqueza mundial estão nas mãos desses intermediários”, assinalou, ressaltando que na Europa e nos EUA o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior.

(os estudos e as análises de Ladislau Dowbor podem ser lidos em seu site pessoal).

Desafios
Para Paulo Frateschi, no Brasil, enquanto o projeto democrático popular se mostra vitorioso, a conjuntura se mostra complexa. “Nos últimos anos, não foi uma nova classe média que nasceu, mas uma nova classe trabalhadora. E a juventude que foi às ruas em junho nos coloca uma série de desafios, entre eles o de pensar uma nova forma de educação. É preciso levar banda larga e tecnologia para todas as escolas de ensino básico, porque elas não são atrativas para as crianças e os jovens”, disse.

O dirigente petista enfatizou ainda que o processo eleitoral de 2014 será difícil, porque “o capital está tratando com ódio de classe os trabalhadores e seu projeto”. Para Frateschi, quando a burguesia perde espaço, começa a criar clima de golpe. “Ao longo desses anos, vimos várias tentativas como a agenda negativa promovida pelos meios de comunicação (apagão, inflação etc.). A burguesia continua inconformada e usará de todas as suas armas para tentar derrotar nosso projeto”, afirmou o secretário de comunicação.

Por isso, Frateschi avaliou que é necessário que o governo se reaproxime dos trabalhadores e que leve em consideração a pauta do movimento sindical. “Temos vários desafios em 2014, mas o principal será o de garantir a continuidade deste projeto”, considerou.

O painel teve a coordenação do secretário geral e de Relações Internacionais da CNM/CUT, João Cayres.

 

Crédito: CNM/CUT
Representantes do MSI conversam com dirigentes da CNMRepresentantes do MSI conversam com dirigentes da CNM
Representantes do MSI conversam com dirigentes da CNM

Macrossetor da indústria
Também na tarde de segunda-feira, a direção da CNM/CUT recebeu dirigentes e assessores das confederações que integram o Macrossetor da Indústria da CUT (MSI) para uma conversa sobre os desafios comuns dos trabalhadores no ramo industrial e as ações para fortalecer as lutas das categorias e do conjunto da classe trabalhadora.

Participaram da mesa, além do presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, as presidentas da Confederação Nacional dos Químicos, Lu Varjão, e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Vestuário, Cida Trajano, o secretário de Política Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação, e o assessor e ex-dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Construção Civil, Dario Carneiro.  A coordenação da mesa ficou a cargo de Christiane dos Santos, secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT

(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT)