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Nesta terça (8), mulheres vão às ruas para defender Lula e a democracia

Publicado: 07 Março, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: FEM/CUT
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Não é o comércio e muito menos comemoração que marcam o 8 de março no Brasil. Milhares de mulheres trabalhadoras sairão às ruas nesta terça-feira (8) para reivindicar a garantia e avanços nos direitos conquistados nos últimos anos. No dia Internacional da Mulher, a CUT estará nas ruas em defesa da democracia e do ex-presidente Lula, contra a reforma da previdência, a favor da legalização e descriminalização do aborto, pela ratificação das Convenções 189 e 156, pelo fim da violência contra mulher nos locais de trabalho, por uma educação igualitária e não discriminatória e pelo desenvolvimento sustentável. 

“Nós mulheres não podemos acreditar que as conquistas são definitivas, temos que estar atentas e em permanente vigília para garantir a continuidade e lutar por avanços, principalmente neste momento tão delicado da democracia brasileira,” afimou a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, se referindo aos ataques contra Lula, Dilma e os direitos das trabalhadores. 

De acordo com Foro, se a ordem democrática for quebrada, como pretendem setores do judiciário e da mídia, as atuais conquistas estarão em risco. “A democracia está em jogo no país. Querem tomar o poder de qualquer jeito e um golpe está em curso. Os movimentos sociais e populares estarão juntos conosco na luta desta terça-feira (8). É momento de unidade e de luta para enfrentarmos aqueles que não se preocupam com o país e com a classe trabalhadora”, completou a vice-presidenta.

Para a secretária de Mulher da CUT Nacional, Junéia Batista, as mulheres trabalhadoras precisam estar nas ruas neste 8 de março. “O enfrentamento será nas ruas. Precisamos dialogar com toda população e mostrar o que a democracia está em risco neste momento no país. As mulheres serão as mais prejudicadas caso o golpe aconteça e elas precisam saber disso”, justificou a dirigente.

Uma das principais bandeiras das mulheres trabalhadoras neste ano é a possível reforma da previdência, sendo que um dos pontos é a equiparação da idade mínima de aposentadoria entre homens e mulheres. “Nós não podemos deixar isso acontecer. Nós até podemos viver mais, como muitos dizem, mas nós temos duas, três e até quatro jornadas de trabalho a mais. Nesta sociedade machista, racista e patriarcal são as mulheres, na maioria das vezes, que são responsáveis pelas famílias e pelos filhos,” destacou Juneia.

A mais recente pesquisa do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprova que a mulher, apesar de ser maioria na população e maioria no mundo do trabalho, continua ganhando menos e trabalhando mais. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE feita entre os anos de 2004 e 2014 com 150 mil famílias, a dupla jornada feminina aumentou uma hora. Agora elas trabalham cinco horas a mais do que os homens.

A estatística também mostra que, enquanto a jornada de trabalho masculina fora de casa caiu de 44 horas para 41 horas e 36 minutos por semana, a carga horária dedicada ao trabalho doméstico se manteve estável. Ou seja, o tempo livre não foi revertido em maior dedicação ao lar. Nesse mesmo período de 10 anos, a mulher manteve uma média de jornada de trabalho fora de casa de 35 horas e meia, mas ainda continua ganhando 24% a menos que os homens e acumulando tarefas domésticas.

“Os dados demonstram claramente que a desigualdade entre homens e mulheres ainda é gritante. É inadmissível igualar a idade mínima para a aposentadoria”, assegurou a secretária de Mulher da CUT Nacional. "Precisamos estar nas ruas, nas praças com nossas camisetas e nossas bandeiras para defender a democracia do Brasil. Sem democracia as mulheres não terão seus direitos garantidos. E sem direitos para as mulheres não haverá democracia”, completou Juneia.

Jornada Nacional de Luta
A Frente Brasil Popular (FBP), que reúne mais de 50 movimentos sociais, vai somar-se à luta das mulheres trabalhadoras. O Dia Internacional da Mulher será um dos três dias de mobilização do movimento, 18 e 31 de março serão as outras datas, já confirmadas, da jornada nacional de mobilização.

Em São Paulo, neste 8 de março, todas as mulheres estão convocadas a se concentrarem a partir das 16 horas no vão do MASP, na Avenida Paulista.

Sobre o 8 de março
A data de 8 de março está ligada diretamente à luta das mulheres por melhores condições de trabalho, por uma vida mais digna e uma sociedade mais justa e solidária.

Mesmo antes da revolução industrial, mulheres lutavam por melhores condições de trabalho, já que tinham jornadas extremantes puxadas e tinham salários muito inferiores aos dos homens.

A proposta de criar uma data internacional para celebrar as lutas e conquistas das mulheres foi apresentada em 1910, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. A definição pelo 8 de março ocorreu em 1921, na Conferência Internacional de Mulheres Comunistas.

Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas como “Dia Internacional das Mulheres”.

A CUT, desde sua fundação se preocupa com a organização das mulheres. Neste ano, fará 30 anos de política de gênero na maior central da América Latina, desde a criação da primeira Comissão Nacional da Mulher Trabalhadora. 

(Fonte: Érica Aragão - CUT Nacional)

 

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