No Sul, metalúrgicos reforçam papel da indústria nacional na agricultura familiar
Quarto Seminário de Máquinas e Equipamentos Para a Agricultura Familiar, realizado em Curitiba (PR), debateu as necessidades de máquinas e equipamentos do setor na região
Publicado: 29 Novembro, 2024 - 13h26 | Última modificação: 29 Novembro, 2024 - 13h31
Escrito por: Redação CNM/CUT
Nesta terça-feira (26) e quarta-feira (27) foi a vez da região Sul receber o Seminário de Máquinas e Equipamentos Para a Agricultura Familiar, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). O evento foi realizado em Curitiba (PR).
A CNM/CUT esteve presente, junto a diversas entidades ligadas à agricultura familiar, pequenos agricultores, economia solidária, cooperativismo e indústria e máquinas e bens de capital.
Essa foi a quarta edição do seminário. As três primeiras foram realizadas em Brasília (DF), Mossoró (RN) e São Paulo (SP). A quinta e última edição será realizada entre 4 e 5 de dezembro, na região Norte, em Manaus (AM).
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adriano Souza Filippetto, disse que o papel dos metalúrgicos no seminário foi reforçar a postura de defesa da indústria nacional para fabricação de máquinas e equipamentos voltados à agricultura familiar.
“A gente colocou já na fala de abertura do Seminário a questão da defesa da indústria nacional, da mão de obra local, e que a gente é contra a importação de máquinas, a gente quer fortalecer a indústria e com emprego de qualidade. Apresentamos um um diagnóstico da Região Sul, falando sobre números de trabalhadores metalúrgicos envolvidos no setor, número de empresas, renda salarial média dos trabalhadores e depois participamos de grupos de trabalho para identificar a demanda de cada segmento da Agricultura Familiar”, disse Filippetto.
O sindicalista avalia que o Seminário abre uma oportunidade de o Governo Federal mostrar as necessidades da cadeia produtiva da agricultura familiar, identificar os atores dessa cadeia e os problemas que ela possui.
“Foi interessante porque ali é onde o governo quer saber mesmo da realidade do setor, quer identificar qual a necessidade de cada cultura agrícola, de cada criação, de cada propriedade, para tentar produzir direito essas máquinas. E nesses grupos de trabalho tinha que dizer se era falta de máquinas ou qual máquina que não existe e que pode ajudar naquela pequena propriedade, por exemplo”, explicou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre.
O segundo dia do encontro tratou sobre financiamento para os pequenos agricultores, contando com a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Foram abordados os tipos de linha de financiamento que o banco estatal possui para os pequenos agricultores e como acessar esses financiamentos.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa (PR), Claudir Messias da Rosa, o seminário serviu para os representantes dos trabalhadores mostrarem ao governo que estão capacitados para atender aos anseios da agricultura familiar nacional.
“Mostramos para o governo que os metalúrgicos do Brasil conseguem produzir essas máquinas e que não tem necessidade de trazê-las de fora. A princípio, o governo tinha uma ideia de ou importar máquinas da China ou trazer outras empresas para produzir essas máquinas aqui, em parceria ou transferência de tecnologia. Mas as empresas já estão aqui e os trabalhadores estão capacitados nas empresas do Brasil também para produzir. Nós, metalúrgicos, estamos dispostos a contribuir com o nosso conhecimento, com o nosso trabalho para que a gente possa também manter empregos e ajudar ainda na mecanização da agricultura, na fabricação das máquinas para agricultura familiar”, salientou Claudir.