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Preço do aço pode subir entre 8% e 15% no trimestre

Empresas vão repassar reajustes do minério de ferro e do carvão mineral, dois de seus principais insumos

Publicado: 02 Junho, 2010 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os reajustes nos preços do minério de ferro no terceiro trimestre, estimados em aproximadamente 30%, além do aumento previsto para o carvão mineral, deverão provocar uma alta entre 8% e 15% nos valores do aço no mercado interno, de acordo com analistas consultados pelo DC. Atualmente, as usinas siderúrgicas negociam correções nas tabelas, que deverão ser aplicadas ainda no segundo trimestre.

De acordo com o analista do Banco Geração Futuro, Rafael Weber, as negociações entre as mineradoras e as siderúrgicas deverão resultar em alta de 30% nos preços do minério de ferro. Ele lembrou que o novo modelo adotado pelas grandes players da mineração prevê reajustes trimestrais da commodity, baseado nos preços no mercado spot (à vista). Além disso, conforme o especialista, os contratos com os fornecedores de carvão mineral deverão terminar entre junho e julho, quando as novas negociações deverão começar. "Estima-se que o aumento no preço do insumo deverá alcançar 60%", afirmou.

Segundo Weber, com os aumentos dos principais insumos para a produção do aço, que respondem por cerca de 50% do preço do produto, as siderúrgicas terão que repassar entre 8% e 12% para os clientes. Conforme ele, o aumento nos preços não poderá ser mais significativo em virtude do risco de ampliar a diferenças com os valores praticados no mercado internacional, o que elevaria ainda mais as importações de aço.

As importações de aço aumentaram 155,7% no primeiro quadrimestre na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Entre janeiro e abril os desembarques totalizaram 1,817 milhão de toneladas, ante 710 mil toneladas em igual período de 2009, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr).

Para o analista da SLW Consultora, Pedro Galdi, as negociações nos preços do minério de ferro no terceiro trimestre poderão resultar em alta entre 10% e 15% no preço do aço. Apesar disso, o aumento acumulado em 2010 ainda é uma incógnita para os analistas devido ao novo modelo de negociação adotado pelas mineradoras ser baseado no mercado spot.

Conforme Galdi, somente entre a terceira e quarta semanas de maio houve queda de 22,2% nos preços da commodity, passando de US$ 180 para US$ 140 a tonelada do insumo siderúrgico. No início deste ano, as projeções apontavam que a mesma quantidade de minério de ferro seria comercializada por US$ 200.

Junho - Atualmente, as siderúrgicas negociam com os clientes novos repasses que deverão ser aplicados no próximo mês. O reajuste no segundo trimestre poderá alcançar até 15%, conforme especialistas do setor. O diretor-presidente da Frefer S/A, Christiano da Cunha Freire, confirmou que as negociações estão em andamento. Apesar disso, para ele as correções deverão ficar na casa de um dígito. "O aumento deverá ser entre 7,5% e 9,5%", disse. A produção nacional de aço bruto nos quatro primeiros meses deste ano somou 10,674 milhões de toneladas ante 6,729 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, um aumento de 58,6%. No período, o parque siderúrgico de Minas Gerais produziu 3,785 milhões de toneladas de aço bruto, o equivalente a 35,4% do total nacional.

As vendas no mercado interno somaram 6,816 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre de 2010, contra a comercialização de 4,309 milhões de toneladas no mesmo intervalo do exercício passado, o que representa crescimento de 58,2% no período, conforme dados do IABr.

Fonte: Diário do Comércio