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Salão de Genebra: uma exposição democrática

Na mostra, europeus conhecem o Sandero, que já existe no Brasil, mas também vêem o Fiesta que será brasileiro e a minivan Meriva, que provavelmente não virá ao país

Publicado: 02 Abril, 2008 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

A primeira grande exposição de automóveis européia do ano, o 78º Salão de Genebra (Suíça), que terminou dia 16, mostrou os automóveis que o Brasil possivelmente terá e os que não deverá ter. Uma das maiores atrações no Palexpo foi o novo Ford Fiesta de quatro portas, apresentado até então com Verve. Esse modelo deverá suceder o atual à venda no Brasil daqui a dois anos. Por outro lado, há poucas esperanças de que a minivan Meriva, lá apresentada como um protótipo sob a marca Opel (subsidiária européia da General Motors), venha para cá, a exemplo do que ocorreu com Corsa e Zafira europeus.

Por outro lado, em Genebra os europeus estão conhecendo o Sandero, que inclusive já roda pelas ruas brasileiras - lá ele é vendido com Dacia, marca romena pertencente à Renault, enquanto aqui os carros exibem o emblema da fábrica francesa. Mas também não faltaram no salão carros dos sonhos, como o superesportivo R8, que exibe o conceito Le Mans, equipado com o poderoso motor turbodiesel 6.0 V12 (12 cilindros em "V") TDI, que desenvolve 500 cv (cavalos) de potência e torque (força) de 102 kgfm. Esse propulsor faz o carro acelerar de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos e superar os 300 km/h de velocidade máxima. Como no protótipo anterior, revelado no Salão de Detroit (EUA) em janeiro, o modelo possui o que há de mais novo em termos de tecnologia desenvolvida para a tradicional 24 Horas de Le Mans.

Outro destaque chega pela italiana Lamborghini, obteve um tremendo sucesso nas vendas do Galllardo em 2007 e espera repetir esse desempenho neste ano com o novo LP560-4. O aumento na velocidade e potência do modelo deverá atrair a atenção dos visitantes. Com motor 5.2 V12 (12 cilindros em "V") de 552 cv (cavalos) de potência e torque de 40,6 kgfm e tecnologia de direção direta de combustível FSI, o LP560-4 entrega 32 cv a mais que na versão com propulsor 5.0.

Como cidade européia, de ruas estreitas e pouco espaço para os automóveis, Genebra foi palco para a apresentação do minicarro iQ, da Toyota, em sua versão final de produção. O carrinho começará a ser fabricado no final do ano e chegará aos mercados japonês e europeu no início de 2009. No primeiro ano de produção, a Toyota espera comercializar 100 mil unidades globalmente. O iQ mede menos de três metros de comprimento, embora acomode confortavelmente três adultos e uma criança. A marca está confiante de que receberá o índice de avaliação de cinco estrelas nos testes realizados pela Euro NCAP (European New Car Assessment Programme), uma das mais respeitadas entidades de segurança veicular do mundo.

Esse será o modelo de entrada da companhia japonesa, posicionado abaixo do Yaris, e virá com rodas aro 16, espelhos retrovisores com luzes de setas indicadoras, ar-condicionado e tela colorida de 5,8 polegadas "touch screen" para navegação por satélite como opcional. Serão oferecidas duas opções de motor a gasolina e um diesel. Esses propulsores, juntamente com o design compacto, baixo peso e formato aerodinâmico, contribuem para o baixo consumo de combustível (menor até que o do Prius) e índice de emissões de gases poluentes de 100 g/km.

Assim é o Salão de Genebra. Por não ter grandes fábricas de automóveis, como ocorre em Detroit, Frankfurt e Paris, o que se vê na cidadezinha suíça é uma exposição menor, porém mais "democrática", ou seja, sem o predomínio de um ou outro gigante da indústria automobilística. E que fala muito sobre as tendências para um país como o Brasil, cuja vocação na indústria automobilística é mais européia do que norte-americana.

Fonte: AutoShow