Samsung ameaça demitir 800 trabalhadores na planta de Manaus
Publicado: 03 Setembro, 2007 - 08h00
Escrito por: CNM CUT
A Samsung SDI Brasil pode demitir mais da metade de seus funcionários no Amazonas, ou 800 pessoas, e suspender investimentos de US$ 12 milhões no ano que vem caso a Superintendência da Zona Franca de Manaus mude regras do Processo Produtivo Básico, como reivindica a LP Display (ex-LG/Philips), no mercado de tubos de imagem de televisão e computador.
A LP Display quer importar tubos de imagem semiprontos de suas fábricas da Indonésia e da China.
Samsung inicia produção de monitor em Campinas
A Samsung transferiu parte da linha de produção de monitores de computadores de sua fábrica de Manaus (AM) para a unidade de Campinas, onde estava concentrada apenas a fabricação de aparelhos celulares e um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), já havia anunciado no início do mês a ampliação da Samsung na cidade para a produção de monitores e impressoras. 'Eles estão investindo US$ 90 milhões na fábrica de Campinas, com a geração de 700 novos empregos diretos', afirmou o prefeito.
A empresa não confirma o volume investido por questões de estratégia. Porém, a assessoria de imprensa da Samsung afirmou que a linha adicional de produção de monitores em Campinas tem o propósito de atender a demanda do Estado, considerada a maior do Brasil. Além disso, caso não fosse instalada essa unidade adicional, a companhia poderia perder competitividade para outras marcas que já possuem fábricas no Estado, como é o caso da LG, sediada em Taubaté.
A estratégia adotada pela empresa coreana é a da competitividade, já que a unidade adicional de produção foi montada seguindo os benefícios fiscais previstos na Lei Geral de Informática e para evitar uma tributação maior do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que no Estado de São Paulo, passará de 12% para 18% para os produtos eletrônicos produzidos em outros estados e comercializados aqui.
A diretoria da Samsung informou que a fábrica localizada em Manaus permanecerá produzindo monitores para atender os outros estados. Com relação à fabricação de impressoras, que entraram no mercado brasileiro em julho de 2005 e, atualmente são importadas, a assessoria de imprensa da companhia informou que os resultados positivos obtidos no segmento pode motivar na decisão de ter uma planta fabril no Brasil. E neste caso, Campinas também estaria cotada para abrigar esse investimento.
O estudo sobre a instalação da fábrica de impressoras em Campinas foi confirmado no último mês de fevereiro pelo vice-presidente de Novos Negócios da Samsung no Brasil, Benjamin Sicsú. A motivação que a companhia encontrou para desenvolver os equipamentos no País, dentro da unidade de Campinas, que produz aparelhos celulares e, agora, monitores, foi também a Lei Geral de Informática, que reduz a carga tributária que recai sobre os equipamentos, tornando mais vantajosa a produção nacional do que a importação.
Segundo as informações de Sicsú, a Samsung já estava trabalhando nos últimos detalhes de um estudo para dar início a fabricação dos equipamentos e o assunto está em negociação final com a sede da multinacional, em Seul, apesar de não haver prazos para o início da produção.
A empresa se concentra nos modelos a laser, fabricando desde impressoras simples, até máquinas de múltiplas funções. A produção possibilitará que a multinacional tenha mais flexibilidade e rapidez em abastecer o mercado, tornando-se mais competitiva.
Chegada
A Samsung está presente no Brasil desde 1984. A subsidiária brasileira obteve receita de US$ 1,6 bilhão no ano passado, um crescimento de 25% em relação a 2005. Sede para a América Latina, o Brasil é o país mais representativo da Samsung para a região, onde está presente desde 1978 e conta com operações no Panamá, Colômbia, Peru, Chile e Argentina.
O Brasil também é um dos cinco países que sedia a Samsung Experience, loja-conceito da marca, localizada em São Paulo. O local oferece aos brasileiros um espaço dedicado ao conhecimento de seus produtos, por meio de um modelo diferenciado de experimentação.
Os investimentos na transferência da fábrica de celulares de Manaus para Campinas, entre 2004 e 2005, foram de cerca de US$ 100 milhões.
Fonte: O Estado de S.Paulo e Agência Anhanguera