Saúde do trabalhador une brasileiros e norte-americanos em encontro em SP
Durante três dias, sindicalistas dos dois países e especialistas no assunto debateram saúde e segurança do trabalhador, visando estratégias para atuação sindical
Publicado: 25 Novembro, 2024 - 13h44 | Última modificação: 25 Novembro, 2024 - 14h59
Escrito por: Redação CNM/CUT
Metalúrgicos brasileiros, sindicalistas estadunidenses e especialistas na área de saúde do trabalhador promoveram uma intensa troca de ideias entre os dias 20 e 22 de novembro em Guarulhos (SP), no Curso de Promoção da Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Atuação Sindical.
A atividade foi organizada pela secretaria de saúde da CNM/CUT em parceria com o departamento de saúde e segurança do sindicato norte americano United Auto Workers (UAW), que representa, entre várias categorias, trabalhadores metalúrgicos nas montadoras nos Estados Unidos e Canadá.
Os objetivos do encontro foram promover intercâmbio de experiências e atuação sindical sobre saúde do trabalhador entre CNM/CUT e UAW; sensibilizar trabalhadores para que ampliem suas percepções sobre aspectos importantes relacionados às doenças do trabalho e como atuar sindicalmente; compartilhar ideias e ações no campo da segurança, saúde física e mental dos trabalhadores no local de trabalho; fortalecer a ação dos sindicatos na luta pela garantia de postos de trabalho seguros, saudáveis e decentes; e investir na formação de representantes sindicais para colaborar com o desenvolvimento de ações na área de saúde do trabalhador.
Entre falas, atividades propositivas, tiradas de dúvidas e debates, temas importantes foram tratados como as leis dos Estados Unidos referentes a saúde do trabalhador, o trabalho desenvolvido pela Rede Vida Viva (organização internacional que fortalece a organização dos trabalhadores e desenvolve métodos para promover saúde e vida nos locais de trabalho), a importância e o papel da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), as políticas públicas sobre doença do trabalho e saúde do trabalhador, e as novas determinações legais da CIPA referentes a prevenção e combate ao assédio e outras formas de violência no local de trabalho.
Na abertura do evento, o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, falou da importância da CIPA como ferramenta para promover a saúde do trabalhador. “A CIPA é uma ferramenta única no mundo, temos que valorizar isso. A CIPA não pode servir apenas para dar estabilidade de emprego ao cipeiro. Ela tem que ser levada para fora do local de trabalho também, como é o caso do programa CIPA na escola, que conscientiza jovens sobre o papel da promoção da segurança e saúde do trabalhador”, disse o dirigente.
O secretário de Saúde do Trabalhador, Previdência Social e Meio Ambiente da CNM/CUT, Francisco Jonaci de Almeida, valorizou a troca de ideias entre trabalhadores brasileiros e norte-americanos. “A riqueza que tivemos no encontro, em mostrar que mesmo distantes e independentes do local são os mesmos problemas que temos aqui no Brasil, foi muito grande, algo muito proveitoso. São informações riquíssimas trocadas que vamos levar para nossas regiões para praticar com nossos representantes da saúde do trabalhador e da trabalhadora, levar para nossas bases e desenvolver com os sindicatos metalúrgicos filiados à confederação”, afirmou Jonaci.
No último dia de curso, após debates em grupos divididos por atuação regional, os participantes construíram um plano de ação para fortalecer a atuação dos trabalhadores e trabalhadoras na luta pela promoção e proteção da saúde do trabalhador e das trabalhadoras nos locais de trabalho e territórios. Foram elaboradas propostas de ações que possam ser executadas por sindicatos, departamentos e federações, além de prazos e responsáveis pela execução.
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