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Setembro amarelo: CNM/CUT na luta pela prevenção ao suicídio

Metalúrgic@s da CUT afirmam que pauta está para além do chão de Fábrica e divulgam cartilha “Falando abertamente sobre o assunto”, que aborda mitos e verdades e o que devemos e não devemos fazer para prevenir suicídios

Publicado: 10 Setembro, 2021 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: setembro amarelo
Setembro amareloSetembro amarelo
Setembro amarelo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 12 mil pessoas cometem suicídio no Brasil todos os anos e é a 3ª maior causa de morte dos jovens entre 15 e 29 anos. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade, segundo especialistas.  Foi com a intenção de ajudar a prevenir o suicídio, que a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) participa da campanha Setembro Amarelo, com divulgação de cartilha, debate sobre a inclusão do tema nas negociações coletivas e veiculação de uma entrevista com especialista sobre saúde mental.

De acordo com os dados da cartilha "Informando para prevenir", publicada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), 96,8% dos casos de suicídio registrados estão associados com histórico de doenças mentais, que podem ser tratadas.

Para o 2º vice-presidente da CNM/CUT e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (Smetal), Tiago Almeida do Nascimento esta pauta está para além do chão de Fábrica.

E ele tem razão. O desemprego e a retirada de direitos aumentam as taxas de transtornos mentais e consequentemente os números de suicídios, segundo peritos. Os dados oficiais apontam que as taxas de suicídio aumentam quando se tem um cenário de miséria social e econômica.

Thiago defende também que a CNM/CUT, junto com um profissional de psicologia e do departamento jurídico da entidade, elabore uma proposta para os sindicatos levarem para negociação em suas respectivas bases para que as empresas metalúrgicas aceitem os atestados decorrentes dos psicodiagnósticos.

“Hoje o atestado psicológico não abona faltas, somente o atestado médico abona faltas. Essa é uma lei de 1949. Entretanto o atestado psicológico é fundamentado a luz da ciência, fundamentado em normas e estudos sempre atualizados no campo da psicologia”, afirma o dirigente.

Falando abertamente sobre o assunto

A CNM/CUT vai tratar sobre o combate ao suicídio de diversas formas: além de debater a construção de uma proposta sobre saúde mental para negociações com os empresários, a entidade vai veicular uma entrevista especial sobre a saúde mental no trabalho com a presidenta do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo, vice-presidente da Federação Nacional dos Psicólogos e Conselheira Nacional de Saúde e trabalhadora psicóloga no Sistema Prisional Paulista, Fernanda Magano, e está divulgando uma cartilha “Falando abertamente sobre o assunto”, produzida pelo Centro Antiveneno da Bahia.

A cartilha alerta que o suicídio é uma das formas de lidar com o sofrimento, apesar de ser de forma radical e por isso, quem decide pela morte necessita ser acolhido, escutado e respeitado.  O material fala sobre os fatores de risco, mitos e verdade e o que fazer antes, durante ou depois de um ato suicida.

O material também mostra o que é melhor fazer para prevenir suicídios, além de divulgar telefones úteis que podem salvar vidas. Veja a cartilha na íntegra.

“A situação econômica atual está muito difícil, trazendo impacto para a saúde mental do trabalhador. Por isso devemos estar atentos aos sinais sintomas e comportamentos de nossos companheiros e nossas companheiras de trabalho, que muitas vezes podem ser confundidos como "mau humor", medo ou "falta de vontade", afirmou a secretária de Saúde do Trabalhador na CNM/CUT, Maria de Jesus Marques de Almeida, que complementou: “Essas interpretações muitas vezes retardam  a busca por tratamentos especializados, agravando o quadro e aumentam o risco de um suicídio”.

Setembro Amarelo

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo, uma campanha brasileira de prevenção e redução dos suicídios.