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Sindicalistas se preparam para atuar em negociação coletiva em novos tempos

Seminário de Formação e Organização Para Negociação da Reestruturação Produtiva, realizado em Manaus, é primeiro de uma série que vai debater como negociar em uma indústria mais moderna

Publicado: 13 Maio, 2024 - 10h20 | Última modificação: 13 Maio, 2024 - 10h26

Escrito por: Redação CNM/CUT

Divulgação
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Representantes de trabalhadores e trabalhadoras nos ramos metalúrgicos, químicos e têxtil, ligados a CUT e a Força Sindical, estiveram em Manaus (AM) nos dias 8 e 9 de maio participando do Seminário de Formação e Organização Para Negociação da Reestruturação Produtiva. A CNM/CUT esteve presente na capital manauara.

O evento é promovido pela IndustriALL Global Union, em parceria com a IndustriALL Brasil, e conta com apoio dos sindicatos suecos IF Metall e Unionen. Seu objetivo é fortalecer os sindicatos brasileiros para que possam se qualificar e intervir sobre os impactos da chamada reestruturação produtiva e as mudanças no mundo do trabalho que ocorreram nos últimos dez anos em todo o planeta.

Segundo a secretária de Formação da CNM/CUT, Maria do Amparo Travassos Ramos, o seminário em Manaus é o primeiro da série de encontros regionais. Estão previstos até o segundo semestre de 2024 mais encontros em Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. “Tivemos em Manaus 30 companheiros e companheiras, a maior parte ligados à nossa Confederação, já que a base aqui é ligada aos metalúrgicos da CUT”.

Preparar os sindicatos

O assessor da IndustriALL Global Union no Brasil responsável pelo desenvolvimento e acompanhamento do projeto, Rafael Serrao, explica que durante os dias de trabalho os participantes mapearam os locais de trabalho onde as empresas, todas multinacionais, sofrem os impactos da reestruturação produtiva. “O que seria essa reestruturação? Mudanças de layout, uso de tecnologia, uso de novos métodos de organização, uso de Inteligência Artificial, mudanças no modelo de contratação. Tudo isso altera a lógica do processo produtivo e os sindicatos precisam estar preparados para atuar nesse contexto”.

Rafael diz que a partir desse diagnóstico e de debates mais aprofundados, será tirado um plano de ações para esse ano, onde os dirigentes terão condições de negociar melhor esses processos. “Hoje, por exemplo, os metalúrgicos no ABC já fazem isso, outros sindicatos maiores também. As metas do projeto são incluir nas negociações coletivas pelo menos 20% desses processos de estruturação, e também mirar o aumento de 10% no número de filiados nos sindicatos”.

A 1ª Vice-presidenta da CNM/CUT, Catia Maria Braga Cheve, que é metalúrgica em Manaus, relembra que a reestruturação produtiva é um termo que chegou ao Brasil em meados da década de 80, visando incrementar a produtividade e lucratividade do capital. Esse processo se estendeu até os dias de hoje, com o avanço tecnológico em vários campos. “Reflexões têm focado as mudanças relativamente mais recentes, a chamada 4ª Revolução Industrial ou Trabalho 4.0, cuja marca é a intensificação do uso da robótica e da inteligência artificial”.

O projeto Fortalecimento Sindical de Organização Para Negociação Coletiva da Reestruturação Produtiva tem duração prevista de 3 anos, podendo ser estendido para 5 anos.