MENU

Trabalhadores na Agco conquistam redução de demissões e benefícios

Empresa reduziu as dispensas de 340 para 200, que serão preenchidas por meio de um PDV. Trabalhadores decidiram também, retornar imediatamente ao trabalho, encerrando a greve decretada na última sexta-feira, 17 de abril

Publicado: 23 Abril, 2009 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Os trabalhadores e trabalhadoras na AGCO, de Canoas-RS, dona das marcas Massey Ferguson e Valtra, produtoras de tratores, colheitadeiras e retroescavadeiras, realizaram assembleia geral na porta de fábrica nesta quinta-feira (23) pela manhã e aprovaram o acordo mediado ontem à noite pelo Tribunal Regional do Trabalho, após sete horas de negociação. A intervenção do judiciário foi solicitada pelo sindicato, que, como medida preventiva, ingressou com uma ação liminar para suspender as possíveis demissões.

A paralisação tinha por objetivo protestar contra as 340 demissões previstas para aquela data e forçar uma reunião com a direção da empresa para negociar alternativas, evitando as demissões. Nem mesmo o anúncio de que o governo federal estaria liberando novas linhas de crédito para socorrer o setor da agroindústria, no valor de R$ 12,6 bilhões, demoveu os patrões da idéia de enxugar o quadro.
 
Resultado da negociação
O acordo foi celebrado na noite de ontem. Ficou acertada a redução do número de demitidos. Em vez de 340, seriam demitidos 200 funcionários. A empresa concordou em abrir um PDV - programa de demissão voluntária até a terça-feira, 28 de abril. Depois dessa data, se as 200 demissões não forem preenchidas, a fábrica irá determinar quem será afastado.

Trabalhadores acompanham assembleia realizada pelo sindicato na portaria da AGCO, em CanoasTrabalhadores acompanham assembleia realizada pelo sindicato na portaria da AGCO, em Canoas

Quem aderir ao PDV, receberá um salário extra de aviso-prévio, três meses de plano de saúde (Unimed) e ticket alimentação no valor de R$ 100,00, também por três meses. Os demitidos não-optantes do PDV, receberão meio salário a mais, três parcelas de R$ 150,00 de ticket alimentação e três meses de plano de saúde. Para os 140 funcionários não-demitidos, a empresa oferecerá programa de requalificação profissional por um período de 120 dias.

Nos primeiros 60 dias, seriam mantidos em serviços indiretos, conforme necessidade da produção, e, nos demais 60 dias, poderiam ter seus contratos de trabalho suspensos, através do programa de Bolsa Qualificação.

Para todos os trabalhadores desligados, inclusive voluntariamente, a empresa oferecerá orientação profissional, em um dia útil, nos trinta primeiros dias após o desligamento, a fim de facilitar recolocação no mercado de trabalho. Com relação aos dois  dias de paralisação, apenas um dia será descontado dos trabalhadores.

Avaliação
 
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Nelson Luis da Silva, o Nelsinho, considera a redução do número de demitidos e a conquista de alguns benefícios para quem for demitido uma vitória. "O ideal seria garantir o emprego de todos, mas isso, infelizmente, não foi possível", resume.

"Só temos a lamentar por aqueles 200 chefes de família que estarão pagando por uma crise que nem de longe ajudaram a criar. Vamos continuar sendo solidários com eles, dando assistência, sobretudo para aqueles que eram sócios de nosso sindicato", revelou o tesoureiro Paulo Chitolina.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas