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Unidade do frigorífico JBS, em Montenegro (RS), é interditada pelo MPT

Publicado: 21 Fevereiro, 2014 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Uma força-tarefa formada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e e pelo Ministério Público do Trabalho do Rio do Grande do Sul (MPT) está realizando desde terça-feira (18) inspeções na unidade da JBS Aves (antiga Frangosul) em Montenegro, no Rio Grande do Sul.

A fiscalização levou o órgão a interditar parte das unidades da empresa a partir de quarta-feira (19), porque constatou situação de “grave e iminente risco” para os trabalhadores da planta arrendada desde 2012 da antiga Doux Frangosul.

Segundo Adilson Cabral Flores, Coordenador do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação, a inspeção na empresa apontou irregularidades que colocam a integridade física dos trabalhadores em risco.

No Centro de Distribuição, uma das câmaras de refrigeração teve interdição total e outra parcial. A plataforma de distribuição de frangos também foi fechada,  o que compromete o funcionamento dos demais setores. As fiscalizações continuam até esta sexta (21), quando será entregue um relatório geral à empresa com as recomendações. A produção deve ficar suspensa até que as adequações a serem indicadas sejam cumpridas.

Os procuradores e auditores-fiscais que atuam na operação batizada de “Meio Ambiente de Trabalho em Frigoríficos Avícolas” encontraram situações que colocam em risco a segurança dos funcionários da JBS. Os órgãos que fiscalizaram a unidade afirmam que é comum os trabalhadores afastarem-se do serviço em função de doenças contraídas no trabalho. A desinterdição só será autorizada quando a empresa desenvolver todas as adequações determinadas.

Mesmo com as atividades paradas, os trabalhadores terão garantidos normalmente o seu pagamento.

Fragilidade na saúde e segurança
Segundo nota distribuída pelo MPT, a unidade ainda tem um “frágil sistema de gestão de saúde e segurança” e apresenta riscos de choques elétricos e acidentes fatais, bem como de esmagamentos e amputações. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) não funciona adequadamente e os programas de prevenção de riscos ambientais e de controle de saúde ocupacional são “vagos e genéricos”, acrescentou o documento.

Conforme o MPT, os funcionários da JBS queixam-se de dores, da “vigilância ostensiva e intensa dos supervisores”, do alto índice de doenças ocupacionais físicas e psíquicas, de problemas como piso escorregadio, extensas jornadas de trabalho, ritmo intenso das máquinas e falta de equipamentos como máscaras de proteção.

Estes problemas já foram “exaustivamente” informados pelo sindicato dos trabalhadores à direção da empresa, diz o Ministério Público.

(Fonte: CUT-RS)

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