Vitimados da Volkswagen pela perseguição na ditadura emitem nota sobre Dia Internacional do Trabalhador
“Temos de impedir o retrocesso. Temos de dizer não ao arbítrio e ao autoritarismo”, diz trecho do documento.
Publicado: 04 Maio, 2020 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
A Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Volkswagen Vitimados pela Perseguição na Ditadura emitiu uma nota na última sexta-feira (1º) sobre a comemoração do Dia Internacional do Trabalhador.
Com o título “Pelo direito ao salário, ao emprego e à vida”, a nota fala sobre a conquista de direitos trabalhistas e sociais, que só foi possível graças às nossas lutas, no Brasil e no mundo e também aborda os desafios da pandemia para a classe trabalhadora.
“Nós, da Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Volkswagen Vitimados pela Perseguição na Ditadura, nos somamos à CUT, às demais centrais sindicais, aos sindicatos e às entidades democráticas da sociedade para contribuir com ações de superação dos desafios que a classe trabalhadora enfrenta”, diz outro trecho do documento, que você pode ler na íntegra abaixo:
Pelo direito ao salário, ao emprego e à vida!
A unidade e a solidariedade da classe trabalhadora têm se mostrado decisivas na História. Há 134 anos, a comemoração do Dia Internacional do Trabalhador nos lembra em todos os 1º de Maio que, ao longo do tempo, a conquista de direitos trabalhistas e sociais só foi possível graças às nossas lutas, no Brasil e no mundo.
A cada mobilização, a cada greve que parou a produção ou os serviços, os trabalhadores e as trabalhadoras reagiram – e reagem até hoje – aos ataques de uma minoria que só os/as enxerga como peças descartáveis para aumentar seus lucros e para manter a opressão sobre a nossa classe.
A cada movimento e por trás de cada reivindicação, os/as trabalhadores/as têm lutado pelo direito à dignidade para eles e suas famílias, pelo direito de se organizar e de se expressar livremente, sem ameaças de regimes ou atos totalitários. Lutam pelo direito à cidadania e à vida.
Tudo isso tem um significado ainda maior neste 1º de Maio de 2020, quando a batalha pela vida é o foco em todo mundo, diante da disseminação do coronavírus. Junto com ela está a luta pelo direito de assegurar salários e empregos durante o isolamento social necessário para barrar a proliferação da doença e das mortes.
Para a classe trabalhadora brasileira, nunca as palavras solidariedade e unidade fizeram tanto sentido, diante do aprofundamento dos ataques aos direitos conquistados com muita luta ao longo dos anos, orquestrados pela elite empresarial e por um governo retrógrados que flertam com o regime autoritário derrotado por nós há 35 anos. Para eles, o capital financeiro vale mais do que a vida de milhares de cidadãos. E isso está mais do que evidente neste momento.
Temos de inverter essa lógica. Temos de impedir o retrocesso. Temos de dizer não ao arbítrio e ao autoritarismo.
Nós, da Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Volkswagen Vitimados pela Perseguição na Ditadura, nos somamos à CUT, às demais centrais sindicais, aos sindicatos e às entidades democráticas da sociedade para contribuir com ações de superação dos desafios que a classe trabalhadora enfrenta.
Estamos junto com as correntes democráticas do Brasil e do mundo para lutar pelo direito constitucional e universal ao emprego e ao salário decente e contra qualquer ação que represente ameaça à vida. Por isso, deixamos público o nosso repúdio ao governo brasileiro e às forças empresariais que o apoiam pelas medidas e declarações contínuas que atentam contra todos os marcos civilizatórios pactuados entre as nações em nome da dignidade dos cidadãos.
Ao mesmo tempo, reafirmamos nossa posição ao lado dos defensores da democracia para continuar a luta em defesa dos/as trabalhadores/as e da população brasileira. Com unidade e solidariedade vamos derrotar, mais uma vez, os que tentam nos roubar direitos e a nossa consciência de classe.
Ditadura nunca mais!
Viva o 1º de Maio!
Viva a classe trabalhadora!
São Bernardo do Campo, 1º de Maio de 2020.
Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Volkswagen Vitimados pela Perseguição na Ditadura