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Ato índice de mortes de jovens negros é reflexo do racismo, diz ministra da Igualdade Racial

Publicado: 22 Maio, 2015 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Divulgação
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Nilma Lino Gomes falou sobre a morte de jovens negros no país na CPI  

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a morte e o desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil ouviu, nessa quinta-feira (21), a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes. Ela apresentou durante o encontro o Plano Juventude Viva, que atua em ações específicas para jovens de 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade.

Para a ministra, a morte de jovens negros demonstra o racismo existe no Brasil e, afirmou ainda, que uma média de cinco jovens negros são assassinados a cada duas horas. “O racismo é prejudicial para toda a sociedade. Quando conhecemos os índices da mortalidade da juventude negra não há como negar a incidência do racismo entre as causas dessas mortes”.

Nilma ressaltou que o movimento negro alerta há anos os altos índices de violência que atingem essa população. “Hoje temos um avanço, pois o Estado começa a reconhecer a importância desse debate e dar a devida atenção para apurar as causas e consequências dessas mortes”, afirmou.

Ainda de acordo com a ministra, em 2012, 67,9% das vítimas de homicídio no país eram negras. Entre os jovens negros de 15 e 29 anos, a porcentagem é de 71,5%. “Como um país pode conviver com esses dados? É necessário articular estratégias que garantam a dignidade humana e garanta a vida da juventude”, declarou.

Ela lembrou também que nos próximos quatro anos a sua gestão vai priorizar projetos  para a juventude negra, buscando mais ações afirmativas e em defesa dos povos e comunidade tradicionais. Entretanto, ressaltou a necessidade dos diferentes setores do governo trabalharem juntos na superação dessa realidade. “É preciso construir diagnósticos e estudos para subsidiar a articulação de políticas que envolvam todos os poderes e construir estratégias para avançar nesta pauta em defesa da vida de juventude negra. E essa luta não é apenas do Estado, mas de múltiplos atores, políticos e sociais”, disse.

Maioridade Penal
Sobre a proposta de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, Nilma Lino criticou: “A gente já sabe quem vai ser atingido com essa proposta”.

(Fonte: Walber Pinto - CUT Nacional)