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Dirigente sindical é influencer no chão de fábrica e pode ser no digital também

Quinta etapa do Curso de Formação Sindical da CNM/CUT trouxe o tema da Influência Digital para os sindicalistas na última quinta-feira (27)

Publicado: 01 Julho, 2024 - 18h36 | Última modificação: 01 Julho, 2024 - 18h48

Escrito por: Redação CNM/CUT

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O dirigente sindical influencia a vida do trabalhador no chão de fábrica, na conversa do dia a dia resolvendo problemas, na negociação de direitos com o patrão, nas assembleias, na articulação com os representantes do poder político, seja dentro ou fora do sindicato. E como levar essa influência para o mundo digital, em um planeta onde cada vez mais as pessoas se comunicam pelo celular ou computador? Essa foi a pergunta que guiou o 5º módulo do Programa de Formação da CNM/CUT, realizado na última quinta-feira, 27 de junho, na plataforma virtual Zoom.

Com o tema “Influenciador somos todos nós”, a nova etapa do curso mostrou de que forma os dirigentes poderiam exercer seu poder de influência dentro da internet, usando ferramentas digitais e preparando estratégias para que sua voz chegue aos trabalhadores que estão conectados nas redes.

“Nós já disputamos o espaço da informação dentro da fábrica com o patrão, quando ele quer conversar e passar a imagem que interessa a ele ao trabalhador. E, depois da pandemia, nós tivemos uma mudança radical na forma de contato com o trabalhador, quando saímos do presencial e fomos para o virtual. Houve um distanciamento da porta da fábrica. E estamos agora retomando ao presencial, porém de uma forma que as pessoas estão mais acostumadas com o virtual e nós não nos preparamos para esse novo cenário”, afirma o secretário de Comunicação da CNM/CUT, Heraldo Silva Ferreira, durante a abertura do módulo do curso.

O dirigente relembrou também que o espaço da informação na internet foi ocupado nos últimos anos dentro do campo político pela extrema direita, que tem um projeto de país nocivo aos trabalhadores, e que o campo político trabalhista e progressista, ligado à esquerda, encontra muitas dificuldades como a falta de conhecimento do papel político e social dos sindicatos.

“Temos muitos sócios do sindicato aqui em Minas que são sócios não pelas lutas do sindicato, mas pelos benefícios que o sindicato oferece. Eles não conhecem direito as lutas, a busca por direitos, o que foi conquistado. E sabemos que grande parte dos trabalhadores brasileiros votou no outro projeto político na eleição passada”, pontuou o dirigente.

Por fim, Heraldo reforçou que é importante que os dirigentes sindicais se engajem mais nos processos de formação sobre comunicação digital e exerçam efetivamente seu poder de comunicação dentro da internet. “Nós, dirigentes sindicais, somos diferenciados, nós viemos para o sindicato para fazer a diferença, ou então vamos deixar o trabalhador sozinho falando com o patrão e o caminho não é esse”.

Informar sobre a luta de classes

A secretária de Formação da CNM/CUT, Maria do Amparo Travassos Ramos, destacou o papel da formação sindical para orientar os dirigentes sobre a influência digital e que, necessariamente, não é preciso uma formação técnica para exercer esse papel. 

“O dirigente não precisa ser jornalista ou relações públicas, mas precisa fazer coisas simples no dia a dia com as ferramentas que tem como curtir, compartilhar, fazer pequenas falas, pequenos textos, usar o que a gente já faz no dia a dia como dirigente e de uma forma simples e se conectar com o trabalhador. Tem que haver também a troca de experiência dos dirigentes mais antigos com os mais novos sobre o papel do sindicato, sempre em busca do objetivo que é conscientizar o trabalhador sobre a velha luta de classes, a briga entre o capital e o trabalhador”, disse Amparo.

Programa de formação vai até novembro

O Curso de Formação Sindical da CNM/CUT teve início em março deste ano e é voltado para dirigentes de todas as federações e sindicatos de base estadual filiados à Confederação. Serão dez módulos formativos, que serão aplicados mês a mês, por meio da plataforma virtual Zoom, até novembro. O próximo módulo, o sexto, ocorrerá no final de julho e tratará de Pautas Identitárias.