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“Estamos vivendo a barbárie na segurança pública de SP”, diz ex-ouvidor das polícias

Claudio Silva esteve no Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba nesta quinta-feira, 19, e disse que seguirá militando por uma segurança pública cidadã, trazendo o debate para as periferias

Publicado: 19 Dezembro, 2024 - 18h22 | Última modificação: 19 Dezembro, 2024 - 18h25

Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba

Foguinho/Imprensa SMetal
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Cláudio esteve no SMetal nesta quinta-feira, 19, para um encontro que debateu violência policial

A sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) foi tomada por diversas denúncias de truculência por parte das polícias do estado de São Paulo, nesta quinta-feira, 19, com a presença do ex-ouvidor das polícias do estado de São Paulo, Cláudio Silva.

Durante o evento, Cláudio disse que  “estamos vivendo a barbárie na segurança pública de São Paulo”, em resposta à uma mãe que perdeu seu filho de 19, em Sorocaba, no início de 2024. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) a polícia de São Paulo matou 496 pessoas, de janeiro a setembro de 2024. 

Cláudio deixou de ser ouvidor das instituições também nesta quinta-feira, 18, após o governador do estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas, escolher Mauro Cesari para ocupar o cargo. 

O presidente do Sindicato, Leandro Soares, destacou a possibilidade da criação de uma ouvidoria paralela por parte do governo estadual. “Vimos o resultado disso com a Abin paralela, que culminou na tentativa de golpe em janeiro de 2023”, ressalta. Abin é a Agência Brasileira de Inteligência. 

Silva, que é militante dos movimentos negro e do hip hop, atuava neste papel desde 2022, quando passou a denunciar abusos cometidos por parte das corporações policiais, especialmente voltados para a população negra e periférica.

Outra política defendida por Claudinho é a desmilitarização da Polícia Militar, fazendo alusão ao decreto 667/69, que institui a PM com base no Ato Institucional nº 5, que estabeleceu um dos maiores ataques do Estado brasileiro à população civil durante a ditadura militar. “A gente vive numa democracia cuidados pela polícia da ditadura”, afirma.

Além disso, um problema estrutural abordado por Cláudio, é a desigualdade interna na corporação. “A PM tem uma ‘casa grande’, dos oficiais, e uma ‘senzala’, dos praças”, afirma.

Para ele, é necessário que haja maior participação e controle por parte da sociedade para que a Polícia Militar (PM), Polícia Civil e Polícia Científica de fato defendam a vida da população. “Sorocaba tem bairros totalmente diversos em relação à sua dinâmica local. Então é fundamental que não seja apenas uma política aplicada em Sorocaba, mas as políticas que considerem as dinâmicas de cada bairro, de cada região, de cada local onde essa política está sendo aplicada”, defende.

O debate, realizado pelo SMetal em parceria com o Portal Porque, contou com a participação de diversas lideranças sociais e sindicais, além da população em geral.