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Metalúrgicos se mobilizam para defender motor Hibrido Etanol como política pública

Por empregos, pela indústria e em defesa de um desenvolvimento sustentável, trabalhadores, empresários, academia e poder público pactuam luta para Brasil exercer o protagonismo no novo ciclo do etanol

Publicado: 24 Junho, 2022 - 18h20 | Última modificação: 27 Junho, 2022 - 14h36

Escrito por: Redação CNM/CUT

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O debate sobre motor Hibrido Etanol acontecerá em todo país e as metalúrgicas e metalúrgicos vão debater o modelo como política pública industrial para salvar empregos, a indústria e em defesa de um desenvolvimentos sustentável. A mobilização apenas começou.

A afirmação foi feita pelo presidente interino da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira ao deixar o Parque Tecnológico de São José dos Campos, interior de São Paulo, depois de participar do debate “Híbrido Etanol: o Motor do Futuro”, organizado pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT no estado (FEM/CUT SP), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e pelo Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados (CEMPEQC).

O sistema híbrido etanol é o primeiro passo para o desenvolvimento de células combustíveis e da obtenção de hidrogênio a partir do etanol. Esse processo está em andamento por meio de parcerias entre as indústrias e centros de pesquisa. Para especialistas, empresários e trabalhadores, este sistema seria uma alternativa aos veículos elétricos, sem a necessidade de serem carregados na tomada e com a vantagem de ter uma pegada de carbono menor do que a dos veículos somente elétricos. Além disso, geraria mais empregos e menos impacto do que uma mudança drástica para os trabalhadores e as trabalhadoras da indústria, principalmente metalúrgica.

A Volkswagen e a Anfavea, além da UNESP e ÚNICA participaram da atividade, junto com metalúrgicos e metalúrgicas de todo país. Ciro Possobom, COO (Chief Operating Officer) da montadora no Brasil, participou como um dos expositores no painel “Quais oportunidades de desenvolvimento sustentável?”. Já Henrique Araújo, Head de Assuntos Governamentais da VW Brasil e vice-presidente da Anfavea,  fez sua participação no painel "O que pode ser feito até 2030".

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painel “Quais oportunidades de desenvolvimento sustentável

 

“O Hibrido Etanol faz parte de um debate da indústria que queremos para o país. A gente quer que o PIB Nacional cresça, mas também queremos que o trabalhador se aproprie deste debate. A responsabilidade da CNM é olhar para este produção nacional, para o desenvolvimento sustentável, crescimento industrial e o trabalhador do futuro, que quer ser profissionalizar e ter renda, e levar o debate para a sociedade”, afirmou o Loricardo.

O motor do futuro pode ser uma alternativa, literalmente sustentável, para a transição tecnológica que o país vai enfrentar com a entrada dos motores eletrificados. O mundo tem discutido os motores elétricos e o país não está preparado para recebe-los. O Brasil não tem estrutura para fazer esta ruptura do modelo atual de produção para um modelo mais sustentável, exigido pelo mercado e pelo mundo, o que levaria a mais importação, menos empregos, mais dependência tecnológica e a desindustrialização. 

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 painel "O que pode ser feito até 2030"

 

Para o diretor Administrativo do Sindicato dos Metalúrgico do ABC (SMABC), Wellington Messias Damasceno, que coordenou o debate do segundo painel, a saída para o Brasil não é ficar fora do debate sobre carros elétricos porque não está preparado para recebe-los e sim pensar nesta transição justa.

“O mundo está discutindo veículo elétrico e o Brasil não pode ficar de fora. Não pode ficar para trás deste debate, mas nós não precisamos fazer uma transição brusca, fazer uma ruptura entre o modelo que nós temos hoje e o modelo que não estamos preparados hoje para receber. É estratégico pensar esta transição que a gente consiga fazer com produto genuinamente brasileiro, que é o etanol, que cumpre os pactos e acordos de redução e emissão de poluentes, trata da questão da descarbonizarão e ainda com potencial de desenvolver um produto com a nossa cara”, explicou Wellington.

Esta é a quarta edição do evento e teve como tema “O Novo Ciclo do Etanol”. Além de metalúrgicos e metalúrgicas de todo país, representantes de multinacionais, como a Volkswagen, da academia, como a UNESP, da Anfavea e do BNDS participaram do último debate do ciclo em São Paulo.

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presidente do Sindmetau

 

A edição do Vale do Paraíba será a quarta etapa do fórum. O evento já foi realizado em Araraquara, no ABC e em Sorocaba. O painel é organizado pela FEM/CUT-SP, Unica, CEMPEQC/Unesp (Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados) e Sindmetau.

De São Paulo para o país todo

O presidente da FEM/CUT-SP disse que esta proposta Hibrido Etanol ganhou grande força do estado e agora precisa ter visibilidade em todo país. Segundo Erick, agora a confederação CUTista vai ampliar o debate.

“Encerramos um primeiro ciclo e acho que demos uma contribuição importante neste debate com todas pessoas que puderam participar desta discussão tão importante para indústria nacional, desenvolvimento para o campo e cidade. Sabemos que tudo isso contribui para o futuro que queremos e agora o debate está com a CNM/CUT”, ressaltou Erick.

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Erick Silva assinando a carta do Vale do Paraíba

 

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau), Claudio Batista da Silva Junior, o Claudião, que ajudou a organização do evento, o ciclo foi fechado com chave de ouro no parque Tecnológico da cidade e agora é mobilizar a sociedade e a luta.  

“O debate começa tomar uma proporção nacional e vai estar nesse papel de transformar a realidade e que e a gente possa ter essa tecnologia nacional para poder exportar para outros países e não ficar dependente, como somos hoje. A gente começa a provocar pra que essa política saia do papel através de uma pressão removendo os atores da sociedade para que isso ocorra de uma forma natural e a gente tenha resultados positivos para o Brasil para todo povo brasileiro”, destacou Claudião.

No fim do encontro foi assinada a Carta do Vale do Paraíba “Híbrido Etanol: O Motor do Futuro - O Novo Ciclo do Etanol” no qual pode ser olhado como um pacto de responsabilidade em levar o debate para o país todo em busca um modelo de política pública. O presidente da CNM/CUT assinou este compromisso.

 “Uma política pública soberana que contemple subsídios, linhas de crédito, tributação favorável a indústria nacional, investimentos em educação e formação profissional e seja a mola propulsora e articuladora de um programa nacional que possibilite o protagonismo do etanol no que pode e esperamos que se torne o Novo Proálcool, com a experiência acumulada em todo esse período”, diz trecho do documento, que também foi assinado pelo presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), Erick Silva, presidente do CEAR Araraquara SP, Manoel Araújo Sobrinho, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Wellington Damasceno e coordenador do Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados – CEMPEQC do IQ-UNESP, Rodrigo Fernando Costa Marques.

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Dirigentes da CNM/CUT, federações e sindicatos dos metalúrgicos de todo país

 

Outros depoimentos sobre a atividade

“Sempre acreditei na ciência e hoje tive a certeza que as universidades estão certas em investir na tecnologia e junto a grandes montadoras, sindicatos, federações e a nossa confederação, chegamos nesse baita projeto híbrido e etanol. Creio que estamos no caminho certo, pra não deixar a industrial automotiva dispensar trabalhadores neste período de transição dos carros movidos a combustão e o elétrico. Vejo um grande futuro pro nosso país se tivermos um apoio dos grandes poderes”, Simone Ribeiro Peixoto, diretora da CNM/CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo (RS).

“É de grande importância para classe trabalhadora mais uma vez estar na vanguarda política industrial autônoma condizente com a realidade e a necessidade do povo brasileiro e acima de tudo sustentável.  Importante agora é que vai ser levado este debate para todo país, não só em São Paulo, apesar de ser uma concentração razoável de atividades da cana de açúcar, para que a gente consiga ampliar nosso campo de ação e trazer uma condição tecnológica condizentes com século XXI”, Maicon Silva, Secretário de Relações Internacionais CNM/CUT e metalúrgico do ABC.

“Minas Gerais, assim como outras cidades, estavam fora deste debate e conhecer este sistema significa que não podemos continuar de fora.  Nós achamos que é uma tarefa importante para a CNM, de levar levar o debate par todos os estados e transformar em política de estado e não de governo. É necessário discutir a questão da sustentabilidade no dia a dia termos mais condição de falar com os trabalhadores. Se ele não faz parte do dia a dia não faz entendimento das necessidades e qual sua responsabilidade social”, Marco Antônio, presidente da FEM/CUT-MG.

“No momento em que o mundo todo está falando em energia renovável, a questão do meio ambiente é super. importante falar do carro hibrido, ainda mais podendo usar nossas tecnologias no brasil. A cana de açúcar etanol e este debate importante construir não somente uma tecnologia e sim sustáveis que gere empregos.  Este debate não pode ser feito sem os trabalhadores para não entrar só tecnologia e tirar o trabalhador do chão de fábrica, gerar tecnologia e gerar empregos de qualidade é a nossa luta”, Adriano Felippetto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre (STIMEPA).

“A importância do debate é que hoje nós tivemos a participação de pessoas de todo país e que firmaram compromisso de levar adiante o debate para outros atores e trazer a sociedade para pressionar o poder público – executivo, legislativo – para que de fato que implemente uma política para este novo produto, que vai nos dar esta possiblidade de transição de desenvolvimento da cadeia produtiva. Queremos resgatar a indústria nacional, não queremos que só coloquem produtos prontos no Brasil, a gente quer desenvolver. Para que isso seja possível é preciso participação dos sindicatos, empresas, universidades, governos e diversos atores para levar adiante esta política, porque é importante para todos e todas nós”, Renato Carlos de Almeida, Secretário de Formação da CNM/CUT.

“A importância do debate é incluir o representante do trabalhador neste processo de construção, porque estamos acostumados o governo dialoga diretamente com os empresários, e não escuta e nem conversa com os trabalhadores – Quando a gente for levar este debate para Santa Catarina, a gente quer mover as mesmas peças, academia, estado, empresários e o represente legal do trabalhador. É um caminho sem volta, todas as indústrias do estado têm esta linha de produção e temos que nos preparar para este futuro. O trabalhador ou a trabalhadora que não se interessar em se atualizar, pode se preparar vai ficar fora do mercado. O empresário vai por este caminho, estado e academias vão apoiar e os trabalhadores tem que entrar neste caminho, é um projeto para 30, 40 e 50 anos”. Vanderlei Monteiro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville (SC).