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Na Argentina, CNM/CUT se une a metalúrgicos na luta contra a extrema direita

Secretário de Relações Internacionais da Confederação participou do congresso da União Obreira Metalúrgica (UOM), maior sindicato da categoria no país vizinho

Publicado: 26 Abril, 2024 - 13h24 | Última modificação: 26 Abril, 2024 - 13h32

Escrito por: Redação CNM/CUT

Divulgação
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Maicon (segundo à esquerda) junto a dirigentes de sindicato argentino

Aumento no desemprego, corte nos programas sociais, aumento da pobreza, redução de salários, aumento explosivo no preço de produtos e serviços. Medidas de arrocho nas quais o povo argentino sofre com o presidente ultra libertário Javier Milei e que os trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos portenhos não passam indiferentes. 

O impacto das medidas do governo nos direitos dos trabalhadores foi a pauta principal do congresso do maior sindicato metalúrgico local, a União Obreira Metalúrgica (UOM), realizado de 16 a 18 de abril, em Mar Del Plata. Cerca de 300 delegados estiveram presentes no evento.

O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel Vasconcelos, esteve em Mar Del Plata acompanhando os debates dos companheiros e companheiras argentinos e estreitando laços de solidariedade. “Lá, por exemplo, o governo central está deixando a administração de várias questões para os governos das províncias, nos estados. Assim, eles se isentam de administrar a saúde, a educação, o transporte público, a água, os remédios. Toda essa situação traz um cenário muito ruim para a população argentina”, conta o dirigente cutista.

Segundo Maicon, uma das maiores preocupações da categoria na Argentina é o valor dos salários, que foi achatado no novo governo. “Em governos anteriores, o salário de um trabalhador da siderurgia, por exemplo, chegava a 2300 dólares, e hoje ele não passa de 600 dólares”.

Nos debates do Congresso, os trabalhadores falaram também sobre a articulação da extrema direita mundial que observa a América Latina de olho nos recursos naturais do continente. 

“É uma visão neocolonial dos nossos recursos, vinda de alguns governos e empresários, que querem tirar esse recurso daqui sem a devida contrapartida social aos trabalhadores e a quem vive nesses locais. Por isso falamos sobre a necessidade de articular a classe trabalhadora para resistir a esse ataque e avançar na defesa de direitos sociais, representatividade no chão de fábrica, organização no local de trabalho e também articular uma ação regional do movimento sindical para um desenvolvimento industrial que defenda a soberania dos países contra os grandes capitalistas mundiais”, disse Maicon.

Por fim, os metalúrgicos e metalúrgicas do UOM anunciaram que pretendem construir um centro de formação político, para disputar a batalha ideológica no país a partir da formação sindical.

“Você tem uma parte da classe trabalhadora que muitas vezes não tem a percepção do que está em jogo nas ideias do momento, por conta das mentiras contadas pela extrema direita, potencializadas pelas mídias sociais e por grandes grupos midiáticos, e isso precisa ser combatido da mesma forma. Eles estão fazendo um centro de formação onde todos os trabalhadores, os delegados sindicais e os diretores do sindicato, os secretários, estarão envolvidos nesse processo formativo para resgatar e aprofundar qual é o papel do sindicalismo na transformação social da Argentina, garantindo Justiça e a distribuição dos benefícios dos avanços tecnológicos para as trabalhadoras e trabalhadores do país”, finaliza o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT.

 Galeria de fotos da visita de Maicon ao Congresso da UOM, na Argentina